São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Bolsa paulista despenca 10,5%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Ontem, os juros internacionais subiram e as Bolsas caíram no Brasil e no exterior.
Os analistas explicam a baixa ontem de 10,5% na Bolsa paulista como resultado da alta nas taxas internacionais de juros.
Foi a maior queda do índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde 29 de junho de 1992, quando o indicador de preços do mercado acionário paulista caiu 14,8%.
As Bolsas brasileiras estão ligadas agora ao mercado internacional. Os investidores estrangeiros tornaram-se ativos nos pregões e responderam em média por 16% do dinheiro movimentado nos pregões diários da Bovespa no ano passado.
A alta dos juros internacionais torna o mercado acionário menos atraente e os investidores vendem ações no Brasil e no exterior.
As maiores quedas na Bolsa paulista foram registradas pelos preços de ações de estatais: Eletrobrás PNB (-14,5%); Telesp PN (-13,8%) e Banespa PN (-13,1%).
No mercado de renda fixa, o Banco Central do Brasil abriu os negócios ontem sinalizando a taxa do over (negócios por um dia entre instituições financeiras) para o patamar de 62,15% ao mês até o próximo dia 13. Ontem, a taxa/over foi em média de 61,96% ao mês.
No mercado de CDBs, os juros estiveram abaixo da taxa equivalente com o do último dia 30 (17.500% ao ano). Os juros dos CDBs ficaram, ontem, em média a 16.420% ao ano, o que significa uma taxa bruta de 53,05% ao mês por 30 dias.
O juro alto está segurando as cotações internacionais do ouro. Ontem, a onça-troy (31,104 gramas) caiu US$ 5,50, fixando-se em US$ 386,30 no fechamento na Bolsa de Nova York (Comex).(Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,936% no dia 29, projetando um rendimento para o mês de 42,76%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 61,90% e 62,00% ao mês por um dia.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 36,7704%. CDBs prefixados negociados ontem: de 16.300% a 16.600% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 24,0% a 25,0% ao ano mais a variação da TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 61,95% a 62,10% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 16.600% a 16.700% brutos ao ano.

No exterior
Prime rate: 6,25%. Libor: em Londres, foi feriado.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 10,5%, fechando com 13.550 pontos e volume financeiro de CR$ 217,428 bilhões, contra CR$ 234,379 bilhões no dia 30. Rio: queda de 9,0% (I-Senn), fechando com 54.291 pontos e volume financeiro de CR$ 20,036 bilhões, contra CR$ 54,176 bilhões no dia 30.

Bolsas no exterior
Nova York: fechou a 3.593,35 pontos. Londres: foi feriado. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com queda de 154,94 pontos, encerrando a 19.122,22 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 930,890 (compra) e CR$ 930,900 (venda). No dia 30 de março, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 913,335 (compra) e CR$ 913,345 (venda). "Black": CR$ 890,00 (compra) e CR$ 897,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 894,00 (compra) e CR$ 898,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 856,00 (compra) e CR$ 887,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,01%, fechando a CR$ 11.400,00 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a "UPI", foi feriado em Londres e em Frankfurt. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 386,30.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para abril fechou em 47,96% e em 53,24% para maior.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 15.700 pontos, projetando uma lucratividade de 63,38% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para abril ficou em 44,53%.

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