São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994 |
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Mercados emergentes podem começar a submergir
GILSON SCHWARTZ
Até janeiro os ganhos recordes nas Bolsas brasileiras expressavam um interesse crescente dos investidores estrangeiros. Enfrentando problemas domésticos, esse investidor retira as fichas do mercado emergente para reforçar sua posição nos mercados centrais. No Brasil, houve uma sucessão de notícias consideradas boas pelos mercados: acordo com os bancos, aval informal do FMI, candidatura FHC. Mas nada disso foi capaz de fazer o investidor estrangeiro olhar com mais interesse o mercado brasileiro. Em fevereiro e na semana passada, o banco central dos EUA (o Fed) elevou as taxas de juros. Com o crescimento econômico surpreendente dos EUA no final de 1993, voltou o temor de inflação. O Fed decidiu agir sobre essas expectativas, antes que a inflação propriamente dita surgisse. Além da inflação, outra ameaça que pesa nas decisões do Fed é a piora nas relações comerciais dos EUA com o resto do mundo. Por enquanto, apenas os Estados Unidos vivem uma recuperação. A tendência é crescerem as suas importações mas, como o resto do mundo ainda patina, suas exportações não decolam. Ou seja, cresce o risco de aumentar o déficit comercial norte-americano. As expectativas voltam-se para a atuação do banco central norte-americano nas próximas semanas. O risco para países como o Brasil e a Argentina é submergir nas próximas semanas o sonho de uma nova fase áurea de captação de recursos no exterior. Quanto menos dólares vierem, mais difícil será manter essas economias amarradas numa âncora cambial. Texto Anterior: Até BC tem dúvidas sobre como calcular URV do mês Próximo Texto: Recolhimento do Fundo de Garantia passa a ser em URV Índice |
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