São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994 |
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Quadro eleitoral da Fifa se resolve hoje
CLAUDINÊ GONÇALVES
Embora contestado como nunca fora, João Havelange, 78, é candidato à reeleição para o quinto mandato de quatro anos. Ele preside a Fifa desde 1974, quando sucedeu a Stanley Rous e, pela primeira vez, tem dois adversários não declarados: o presidente da Uefa, Lennart Johansson e o Secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter. Apesar da intensa atividade política dos últimos meses, a situação deverá ser definida na reunião de hoje, entre Havelange e os presidentes das cinco confederações continentais (Europa, Ásia, África, América do Sul e Américas Central e do Norte). A imagem soberana de Havelange vem sendo desgastada por dois episódios recentes: a exclusão de Pelé do sorteio para as chaves da Fifa, em dezembro, em Las Vegas, sob a pressão de Havelange, e à falta de posicionamento da Fifa nos escândalos de corrupção no futebol brasileiro, na mesma época em que exigiu, por exemplo, a punição do Olympique de Marselha, na França. Ambos incidentes são vistos como forma de preservar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, genro de Havelange. A Uefa definiu sua posição quarta-feira passada, em Barcelona, mas só vai comunicá-la na reunião de hoje. A filosofia vigente na federação européia "voltada para o espetáculo e os negócios", é vista com reservas na Fifa, que se atribui uma visão "mais mundialista" do futebol. Daí o fato de o suíço Joseph Blatter poder contar com o apoio de africanos e asiáticos, caso a eleição de Havelange venha a ser ameaçada. Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de futebol, afirmou que "ninguém ditará à África a sua conduta". Hayatou acrescentou: "Só hoje saberemos se há um ou mais candidatos; só estou seguro que eu não me candidatarei". Texto Anterior: Brasileiro deste ano deverá ter 4 grupos Próximo Texto: Sul-americanos pedem futebol mais ofensivo Índice |
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