São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Candidato foi vítima de complô, diz México

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O investigador do assassinato do candidato à Presidência do México Luis Donaldo Colosio disse ontem que o crime foi um complô.
"Vários indivíduos participaram em uma ação concertada como o objetivo de tirar a vida de Colosio", disse oficialmente o subprocurador especial Miguel Montes, responsável pelas investigações.
Segundo Montes, cinco integrantes do complô estão presos e pelo menos dois foragidos. Além de Mario Aburto, que atirou no candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), estão presos Tranquilino Sanchez, Vicente Mayoral, Rodolfo Mayoral e Rodolfo Rivapalcio.
Tranquilino Sanchez e Vicente Mayoral teriam aberto caminho para Aburto se aproximar de Colosio durante o comício em Tijuana, no último dia 23, quando o candidato foi morto.
Rodolfo Mayoral teria barrado o caminho de um segurança. Rodolfo Rivapalcio, ex-integrante do Partido Revolucionário Institucional, foi encarregado de contratar os seguranças do comício de Colosio e teria contratado os envolvidos no assassinato.
Dois outros homens parecem ter agido no sentido de barrar o caminho de Colosio ou de seus seguranças, mas as autoridades mexicanas não sabem quem eles são.
Imagens gravadas e fotografias do comício são as principais fontes de informação.
Os nove partidos mexicanos que concorrem à eleição presidencial em 21 de agosto reiniciaram suas campanhas ontem.
Os candidatos haviam decidido interromper as campanhas quando Colosio morreu e só reiniciar suas programações quando o PRI tivesse escolhido seu novo candidato.
Ernesto Zedillo Ponce de León, escolhido pelo PRI, reuniu ontem representantes de vários setores do PRI na sede do partido para celebrar a adesão de todos à corrida eleitoral.
Um grupo de 20 deputados e 14 vereadores do PRI na Cidade do México divulgou ontem nota em que exige que se faça "frente à linha dura". Os parlamentares convocam todos os membros do PRI a "unir esforços em favor de uma saída democrática para a difícil situação" do país.
Mais do que uma preocupação com a democracia, o documento parece ser indicativo das divisões do PRI, partido que governa o México desde 1929.
Uma das acusações contra a linha dura é a de querer "acabar com a vida política" de Manuel Camacho, negociador da paz com a guerrilha do Estado de Chiapas. Camacho, que foi candidato a candidato, só apoiou Colosio na véspera do assassinato.
Uma explosão numa agência bancária deixou um morto e pelo menos três feridos em San Nicolás de los Garza, no Estado de Monterey, ontem. Não foram dadas explicações sobre a causa da explosão.

Texto Anterior: Queda de avião mata 3 e fere 13 em Amsterdã
Próximo Texto: Israel esvazia as bases em Jericó e Arafat diz que volta em maio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.