São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Para Bósnia, "limpeza étnica" põe paz em risco

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro da Bósnia, Haris Silajdzic, disse ontem que uma nova onda de "limpeza étnica" por parte dos sérvios põe todas as negociações de paz na região em dúvida.
Silajdzic comentou notícias recentes de que 20 muçulmanos e croatas teriam sido mortos em Prijedor, cidade do norte da Bósnia. A Cruz Vermelha e a ONU planejaram uma retirada em massa depois das mortes mas os sérvios limitaram o número de pessoas que poderiam sair.
Croatas e muçulmanos da Bósnia assinaram um acordo para formar uma federação nos 30% do território da república que não está ocupado pelos sérvios pondo fim às hostilidades iniciadas com o cerco sérvio a Sarajevo, capital da Bósnia, há exatamente dois anos. Os sérvios resistem a retomar negociações.
Silajdzic disse que o objetivo dos sérvios é esvaziar previamente qualquer reivindicação territorial em futuras negociações alegando que, nas regiões que ocupam, não há mais croatas ou muçulmanos.
O premiê bósnio também criticou o Conselho de Segurança da ONU por não agir em Gorazde, encrave muçulmano que tem sido alvo de artilharia e tanques por parte dos sérvios.
A rádio Sarajevo disse que os sérvios romperam as linhas muçulmanas. O comandante da ONU para a Bósnia, tenente-general Michael Rose, disse que visitará Gorazde amanhã e que mais observadores militares serão enviados.
Um cessar-fogo entre a Croácia e os sérvios que controlam o território de Krajina entrou em vigor ontem. Não foram registradas violações importantes.
O acordo previa que as armas pesadas fossem postas a 20 km da linha de confronto até hoje e a infantaria a mil metros até sexta-feira que vem.

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