São Paulo, quarta-feira, 6 de abril de 1994
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Havelange assegura a reeleição

CLAUDINÊ GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE ZURIQUE

O brasileiro João Havelange, 77, será reeleito para a presidência da Fifa (Federação Internacional de Futebol Association) por mais quatro anos, no Congresso de 15 e 16 de junho, em Chicago (EUA), às vesperas da abertura da Copa do Mundo dos Estados Unidos.
Esse será seu sexto e último mandato, recorde absoluto à frente da entidade máxima do futebol.
Ontem, em reunião convocada a pedido da Uefa (União Européia de Futebol), na sede da Fifa, em Zurique (Suíça), os presidentes das cinco confederações continentais (Europa, América do Sul, América Central e do Norte, Ásia e África) apoiaram Havelange unanimamente e por escrito.
Havelange conseguiu neutralizar a ofensiva política da Uefa, que, até o último momento, pretendia apresentar a candidatura do presidente da Federação Italiana de Futebol, Antonio Matarrese.
A Uefa "queria algumas explicações e saiu da reunião satisfeita", declarou seu presidente, o sueco Lennart Johansson.
Entre essas "explicações" solicitadas a João Havelange, constavam a exclusão do ex-jogador Pelé da cerimônia de sorteio das chaves para Copa, em Las Vegas (EUA), em dezembro do ano passado, e a posição da Fifa no escândalo do futebol carioca.
Havelange contava com o apoio incondicional da Conmebol (América do Sul) e da Concacaf (Américas Central e do Norte e Caribe).
Durante a reunião, obteve o apoio da CAF (África), da AFC (Ásia) e, por último, da Uefa (Europa).
Matarrese, candidato da Uefa, estava em Zurique e foi chamado às pressas para participar da segunda metade da reunião de mais de 3 horas.
Ao final, Matarrese declarou que "na hora do almoço, todas as federações queriam mudanças, mas depois apoiaram Havelange."
Alguns até exageraram, como o presidente da Concacaf, Jack Warner (Trinidad e Tobago), que declarou à Folha que apoiaria Havelange para um sétimo mandato, em 1998, para o qual, certamente, Havelange não será candidato.
Também muito citado como rival de Havelange, o secretário-geral da Fifa, o suíço Joseph Blatter, disse "estar muito satisfeito" com a decisão de ontem.
Reafirmou que nunca seria candidato contra o presidente e reconheceu que "nos últimos meses suas relações foram abaladas".
Blatter lembrou, porém, que o próprio Havelange "já disse que não ficaria na Fifa depois dos 82 anos", ou seja, que este seria seu último mandato.

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