São Paulo, quarta-feira, 6 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sérvios atacam 'área de proteção'; guerra da Bósnia faz dois anos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Na véspera do segundo aniversário da guerra na Bósnia, forças sérvias romperam ontem a linha de defesa do encrave muçulmano de Gorazde (sudeste do país). Os sérvios avançaram cerca de 10 km dentro do reduto de 65 mil habitantes.
Os combates em Gorazde já mataram mais de 300 pessoas em uma semana. O encrave é uma das seis "áreas de proteção" estabelecidas pela ONU há um ano. Mas só agora estão indo para lá cerca de mil soldados das forças de paz.
Pelo menos 52 pessoas morreram e 250 ficaram feridas na última ofensiva sérvia. A maioria das vítimas é de civis e crianças, segundo a ONU.
Os EUA descartaram o uso de força aérea contra os sérvios. A ameaça de bombardeios funcionou em fevereiro, quando os sérvios relaxaram o cerco à capital bósnia, Sarajevo.
Muçulmanos bósnios fizeram uma manifestação em frente à base da ONU de Sarajevo protestando contra a falta de ação para desmantelar o cerco sérvio a Gorazde.
O comandante das forças da ONU na Bósnia, o general britânico Michael Rose, disse que ia visitar a cidade hoje.
Cerca de 2.000 civis fugiram de 13 vilarejos no vale de Drina, nas proximidades de Gorazde. A maioria dos assentamentos foi destruída ou incendiada, segundo a ONU.
A guerra da Bósnia começou no dia 6 de abril de 1992, com um ataque sérvio em Sarajevo. Os sérvios não aceitaram a declaração de independência bósnia, aprovada em plebiscito por croatas e muçulmanos da ex-república iugoslava.
A guerra já matou mais de 140 mil pessoas, segundo a ONU.

Texto Anterior: Zulus desafiam polícia e protestam em Natal
Próximo Texto: Suspeitos pela morte de candidato no México integram grupo político
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.