São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Como foi a aliança de 1950

DA REDAÇÃO

No final de março de 1950, o senador Getúlio Vargas (PTB) e o governador paulista Adhemar de Barros (PSP) fecharam uma aliança para a eleição presidencial. Pelo acordo, Adhemar indicaria o candidato a vice e Getúlio se comprometia a apoiar Adhemar em 1955.
Getúlio na época só contava com o apoio do PTB, mal estruturado no país e especialmente fraco em São Paulo (tal como o PDT hoje). Adhemar também queria ser candidato a presidente, mas desistiu porque não queria deixar o governo com seu vice do PSD. Vargas venceu com 48,7% dos votos.
Adhemar tinha um perfil conservador, semelhante ao de Maluf em vários aspectos. Em 1964, ele apoiou o Movimento Militar que depôs João Goulart (PTB), herdeiro do getulismo.
Em seus governos, ele realizava muitas obras (Hospital das Clínicas, rodovia Anchieta). Seus adeptos o defendiam das acusações de corrupção com o slogan "rouba mas faz".
Seu eleitorado era semelhante ao de Maluf: os motoristas de táxi, por exemplo, eram conhecidos por seu apoio a Adhemar. Em geral, sua base era composta por comerciantes, agricultores e empresários.
Brizola começou sua carreira no PTB. Estreitamente ligado a Getúlio e Goulart (casou-se com Neuza, irmã de Jango), ele também fez alianças com partidos conservadores em sua carreira. Em 1958, foi eleito governador numa coligação do PTB com o PSP (de Adhemar) e o Partido de Representação Popular (PRP), liderado por Plínio Salgado. O PRP era o sucessor da Aliança Integralista Brasileira, movimento de inspiração fascista, organizado por Plínio na década de 30.
Em 1986, Brizola repetiu a antiga aliança. Patrocinou uma coligação do PDT com o PDS no Rio Grande do Sul, em torno da candidatura de Aldo Pinto (PDT) ao governo do Estado.

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