São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Ministro teme reflexo eleitoral das invasões

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O ministro da Agricultura, Sinval Guazelli, teme a ocorrência de conflitos numa eventual disseminação de invasões de propriedades rurais pelo interior do Brasil.
Ele afirmou que esses conflitos entre proprietários rurais e sem-terra teriam reflexos nas campanhas eleitorais e gerariam "intrigas na opinião pública".
A Folha revelou na edição da última segunda-feira que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) está programando um número recorde de invasões de propriedades rurais para este ano.
Segundo Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do MST, os sem-terra querem triplicar o número de ocupações em 94 para pressionar o governo a executar a reforma agrária. Em 93, os sem-terra invadiram 55 fazendas.
Guazelli diz que já recomendou agilidade ao presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marcos Lins, para executar o plano de reforma agrária do governo.
"Pedi a ele que procure terras públicas inaproveitadas e particulares improdutivas" para fazer desapropriações, afirmou.
O Incra é o órgão responsável pela política agrária federal e é ligado ao Ministério da Agricultura.
Orçamento
O ministro diz que o dinheiro para a reforma agrária está incluído no Orçamento da União, que ainda não foi votado pelo Congresso Nacional.
Segundo ele, o orçamento do Incra este ano é de US$ 1 bilhão. Guazelli não soube dizer quanto seria destinado à reforma agrária.
Ele não soube dizer também qual a meta de assentamento do ministério para este ano. "Quanto mais melhor", afirmou.
O ministro esteve em Recife para participar da abertura de um seminário sobre a modernização do setor primário no Nordeste.

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