São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Preços de certos produtos podem aumentar até 15%

DA REPORTAGEM LOCAL

Os supermercadistas projetam alta real –descontada a inflação– de 10% a 15% para abril em relação a março para alguns produtos dos segmentos de higiene e limpeza e alimentos enlatados.
A URV já foi quase que totalmente incorporada pelos fornecedores. Cerca de 90% das listas de preços já estão "urvizadas", informam os supermercadistas.
A alta prevista para abril se deve à taxa de deflação usada pela indústria para o cálculo do preço em URV. Segundo Firmino Rodrigues Alves, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), essa taxa foi "menor do que deveria".
Esses aumentos devem inibir ainda mais as vendas. Até 15 março, o recuo foi de 10% real comparado a igual período de fevereiro, segundo a Apas. Também o fato de o consumidor não saber quanto é o seu salário em URV contribuiu para que os negócios caminhassem em marcha lenta.
Cerveja
Entre os produtos que continuam em cruzeiros reais, o preço da cerveja da indústria para o varejo subiu 128% de março para abril, informa Rodrigues Alves.
Em suas contas, essa alta representa aumento superior a 100% para o consumidor. Segundo ele, os grandes fabricantes agiram em conjunto para aumentar preços e cortar os descontos.
A indústria nega que tenha agido dessa forma. Carlos Eduardo Jardim, vice-presidente de Assuntos Coorporativos da Kaiser, diz que não houve ação conjunta das cervejarias. Brahma e Antarctica, procuradas ontem pela Folha, não se manifestaram sobre o assunto. Os supermercadistas se reúnem hoje na Apas para discutir a questão.
Leite
Ao lado da carne e dos hortifrútis, o leite pasteurizado continua sendo vendido em cruzeiros e a periodicidade de reajustes mantida. Os preços, tanto ao produtor como ao consumidor, são reajustados a cada dez dias, informa Jorge Rubez, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite B.
As cotações são corrigidas seguindo a variação da URV. Como o leite é um produto básico, se o preço fosse reajustado diariamente acabaria espantando o consumidor, diz Rubez. Ainda sem datada marcada, os produtores pleiteiam encontro com os técnicos do Ministério da Fazenda para discutir a manutenção de suas margens na passagem para a nova moeda.

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