São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Mercado revê inflação e juro cai

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Mercado revê inflação e juro cai
Investidores abandonam dólar no paralelo e deságio é o maior desde janeiro; movimento da Bolsa continua baixo
O mercado financeiro reviu suas projeções de inflação e os juros dos CDBs despencaram.
As consultorias trabalhavam com inflação de 45% para abril. Ontem, foi o primeiro dia de negócios no mercado futuro do IGP-M, que estimou inflação para este mês de 43,5%.
Os juros dos CDBs caíram em média 680 pontos em relação ao dia anterior. As taxas para o prazo de 30 dias situaram-se em 15.330% ao ano, ou seja, um juro bruto de 52,18% ao mês.
No mercado futuro de juros (DI) houve também um recuo da previsão de custo de dinheiro para este mês de 47,70% no dia anterior para 47,35% ontem.
O juro real (descontada a estimativa de inflação) era ontem elevado: 2,68%.
A taxa de juro alta está acarretando fortes vendas no mercado do dólar no paralelo, que teve o maior deságio (-4,35%), desde 14 de janeiro último (-4,53%).
As empresas estão vendendo dólar também para poder honrar a folha de pagamento e os impostos que se concentram no início do mês.
As Bolsas brasileiras estão ligadas ao comportamento do mercado acionário mundial. Ao mesmo tempo, os investidores com posições vendidas (apostam na baixa dos preços) no índice Bovespa futuro não estão deixando as cotações subirem.
Ontem, o indicador da Bolsa paulista subiu apenas 0,5%. Há quem acredite que o mercado não deve apresentar altas expressivas até o vencimento do mercado futuro de índice Bovespa na próxima quarta-feira.
O volume de negócios ontem na Bolsa paulista continuou fraco: US$ 190 milhões. A média diária de fevereiro foi de US$ 431 milhões.
O Banco Central (BC) realizou ontem leilão informal de BBCs com vencimento na próxima quarta-feira com taxa de overnight (negócios por um dia entre instituições financeiras) de 62,20% ao mês, para retirar dinheiro de circulação. No dia 4, o BC havia realizado leilão para o mesmo vencimento com taxa de overnight de 62,15% ao mês.(Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,8080% no dia 04, projetando um rendimento para o mês de 40,56%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 61,94% e 62,20% ao mês por um dia.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 42,1572%. CDBs prefixados negociados ontem: de 15.200% a 15.450% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 24,0% a 25,0% ao ano mais a variação da TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 62,05% a 62,40% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 15.330% a 16.320% brutos ao ano.

No exterior
Prime rate: 6,25%. Libor: 4,3125%

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 0,5%, fechando com 14.355 pontos e volume financeiro de CR$ 184,657 bilhões, contra CR$ 175,015 bilhões no dia anterior. Rio: alta de 1,0% (I-Senn), fechando com 56.937 pontos e volume financeiro de CR$ 16,828 bilhões, contra CR$ 17,629 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Financial Times de Londres fechou com 2.439,1 pontos, com baixa de 23,4 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com alta de 440,99 pontos, encerrando a 19.696,74 pontos, com alta de 133,53 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 967,010 (compra) e CR$ 967,030 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 948,800 (compra) e CR$ 948,808 (venda). "Black": CR$ 915,00 (compra) e CR$ 925,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 925,00 (compra) e CR$ 930,00 (venda).
Dólar-turismo: CR$ 878,00 (compra) e CR$ 912,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,77%, fechando a CR$ 11.760,00 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,4691, contra US$ 1,4632. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,7155 marco alemão, contra 1,7073 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 104,34 ienes, contra 102,95 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 384,90, contra US$ 384,40 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para abril fechou em 47,35% e em 53,99% para maio. No dia anterior, a projeção de juros estava para abril a 47,70% e para maio a 53,50%.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 15.950 pontos, projetando uma lucratividade de 57,07% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para abril ficou em 43,98%, contra 44,29% no dia anterior.

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