São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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BC propõe diretoria exclusiva para o real

DA SUCURSAL RIO

O presidente do Banco Central, Pedro Malan, afirmou ontem, no Rio, que vai propor a criação de uma nova diretoria do BC, no mesmo nível das demais, com três linhas de atuação.
Outra função seria recolher as sugestões contidas em documentos e artigos publicados em jornais sobre a implantação do real.
A terceira atribuição, segundo Malan, consistiria na discussão sobre o futuro do Banco Central.
Pedro Malan explicou que a queda prevista da inflação obrigará o BC a alterar a estrutura de ativos financeiros.
O presidente do BC admite a volta de instrumentos de política monetária que não estão sendo usados. Citou o redesconto (juros cobrados pelo Banco Central em empréstimos a bancos comerciais), a zeragem automática no mercado de reservas bancárias e mudanças no percentual do depósito compulsório recolhido pelos bancos ao Banco Central.
O diretor de administração do Banco Central, Carlos Eduardo Tavares de Andrade, afirmou que até maio estarão prontos 1,32 bilhão de cédulas do real, das quais 1,06 bilhão produzidas pela Casa da Moeda, em Santa Cruz (zona oeste do Rio).
Tavares de Andrade disse que o Banco Central concederá um prazo de 15 dias, a partir da vigência do real, para que a população troque as cédulas de cruzeiros reais em toda a rede bancária. A conversão será feita mediante o valor da URV do dia da troca.
O diretor de administração do BC explicou que os saldos bancários, em conta corrente, poupança ou outros ativos financeiros, terão conversão automática.
Na próxima quinta-feira chega ao Brasil a primeira remessa de 30 milhões de cédulas de 5, 10 e 50 reais, confeccionadas por um consórcio anglo-franco-germânico, liderado pela Thomas de La Rue.
Também em maio estarão prontos 1,5 bilhão de moedas de 1, 5, 10 e 50 centavos e 1 real, produzidas em aço inoxidável pela Casa da Moeda.
Malan esteve ontem no Rio para o lançamento do livro do economista Dênio Nogueira, primeiro presidente do Banco Central no governo Castelo Branco.
O livro "Dênio Nogueira - depoimento" foi produzido pelo setor de História Oral do Cpdoc (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea) da Fundação Getúlio Vargas. A diretora do Cpdoc, Alzira Abreu, elogiou a iniciativa do Banco Central de documentar sua própria trajetória.

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