São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Brizola insiste em Maluf; PPR adia decisão

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador do Rio de Janeiro Leonel de Moura Brizola, 72, admitiu ontem em São Borja, na fronteira com a Argentina (650 km de Porto Alegre), que vai disputar a Presidência da República e trabalha por uma aliança com o PPR, do prefeito paulista Paulo Maluf. "Há entre nós uma troca de gentilezas e intenções", disse Brizola.
Apesar de ter adiado, em reunião realizada ontem em Brasília, a decisão sobre o lançamento de uma candidatura própria, o PPR considerou "improvável" uma aliança com Brizola.
O partido de Maluf continua com dificuldades de encontrar seu candidato e admite abrir mão da cabeça de chapa numa eventual coligação caso o senador Esperidião Amin (SC) prefira decidir concorrer ao governo de seu Estado.
"Essa aliança com Brizola deve ficar para o segundo turno", disse Maluf, depois de elogiar "a experiência administrativa do engenheiro Leonel ". A idéia do ex-governador do Rio, conforme a Folha adiantou ontem, seria reeditar com Maluf a aliança de 1950 entre Getúlio Vargas e o então governador de São Paulo Adhemar de Barros, que levou o primeiro à Presidência.
Reação
Na bancada do PPR na Câmara, a reação à aliança foi mais dura. "Entre a Rede Globo e Leonel Brizola, prefiro ficar com a Globo", disse o deputado Pedro Pavão (PPR-SP), malufista convicto. Brizola é inimigo histórico da Rede Globo.
A bancada do PDT ficou dividida em relação a uma aliança com o PPR. "Se for para falar em probabilidades, é mais provável uma aliança com o PMDB", disse Luiz Salomão, líder do PDT na Câmara.
Já o deputado Liberato Caboclo (PDT-SP) disse ver "com muito entusiasmo" a coligação". "Está provado que a população não vota ideologicamente. Maluf nos abriria as portas em São Paulo", disse.

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