São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Lista do bicho inclui Collor e Maluf

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), e o ex-presidente Fernando Collor estão na lista de pessoas que receberiam dinheiro dos bicheiros cariocas. Seus nomes constam da lista anunciada ontem à noite pelo procurador-geral da Justiça do Estado do Rio, Antônio Carlos Biscaia.
São citados também o governador do Rio, Nilo Batista, o prefeito César Maia, o ex-prefeito Marcello Alencar, o deputado Vivaldo Barbosa (PDT-RJ), entre outros. A lista divulgada contém 62 nomes.
Maluf e Collor teriam recebido doações em 1989, quando houve a campanha presidencial. A doação em nome de Maluf seria referente à organização de um comício. Os bicheiros colaboraram com um carro de som, palanque, camisas, lanches e transporte de eleitores. Maluf e Collor negam a informação (leia textos abaixo).
O nome do ex-presidente Collor está relacionado a uma quantia de 400 mil (o documento não especifica em que moeda). O nome do ex-prefeito do Rio e virtual candidato do PSDB ao governo, Marcello Alencar, também aparece na lista dos bicheiros. Alencar reuniu-se ontem com o governador Nilo Batista para propor ao governador que aceite uma intervenção federal no Rio.
O Ministério Público está na pista do livro-caixa dos bicheiros desde outubro passado, quando foram presos o genro de Castor de Andrade, Fernando Ignácio, e o delegado Inaldo Santana. Ignácio foi preso em flagrante com uma mala de dólares que, segundo a polícia, serviriam para subornar o delegado Mário Covas, atual secretário de Polícia Civil.
Informantes que o MP conseguiu obter junto a pessoas de confiança dos bicheiros revelaram a maneira de chegar aos livros-caixa do jogo do bicho. Eles contaram que os bicheiros organizaram uma espécie de "contabilidade volante": os livros passavam por todos os escritórios, para despistar a polícia. O prazo máximo de permanência dos livros em cada escritório era de 30 dias.
Os promotores conseguiram descobrir a data em que os livros estariam no escritório da Rua Fonseca, 1.040, em Bangu (zona oeste). A operação apreendeu 17 livros-caixa nos cofres e 140 livros e vários disquetes.

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sobre a lista do bicho à pag. 3-3

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