São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994 |
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"Filadélfia" é feito sob medida para bocós; Fast Business; Filha de Peixa; Nota Mil
BARBARA GANCIA
Para conscientizar sua cidade sobre a Aids, Fernando Betzler, portador do vírus HIV, espalhou em Florianópolis 40 outdoors com a frase: "Fernando Betzler vai morrer". Posto que o leitor e eu também vamos, Betzler poderia ter empregado de maneira mais produtiva os US$ 6.000 gastos nos anúncios. Em todo caso, ele se mexeu –e isso já é legal. Até agora, ninguém bolou maneira mais eficiente de combater o preconceito que cerca a doença do que o diretor Jonathan Demme, em seu filme "Filadélfia", em cartaz. Fui ver o filme a contragosto. Afinal, costumo ir ao cinema para me divertir e não para ser exposta ao didatismo feito sob medida para debilóides. Mas já que o filme é feito para a massa ignara e a massa ignara é intolerante a estilos de vida diferentes, a exibição de "Filadélfia" bem que poderia ser obrigatória em escolas, agremiações de bairro etc.. Tudo bem, o casal gay do filme é chocho, chocho. O gostosão Antonio Banderas e Tom Hanks –sósia de Joseph Cotten que não conseguiria interpretar um vilão nem sob ameaça de uma bazuca– formam um casal tão açucarado que por pouco não saí do cinema com diabetes. Os gays que conheço não são tão politicamente corretos. Mesmo assim, é de uma estupidez ímpar a ira das entidades em defesa dos direitos dos homossexuais nos EUA. Elas caíram matando em cima do filme. Mesmo depois que Demme declarou não ter tido a intenção de retratar o sofrimento dos portadores do HIV, elas continuaram a condenar, por exemplo, a complacência da família do personagem vivido por Hanks, que é portador da doença. Confesso que lavei a alma justamente com as cenas mais didáticas. Como aquela em que Hanks, o contaminado, segura um bebê no colo e outra, em que o advogado que tem nojo de gays é cantado por um homem. Fiquei imaginando o impacto dessa cena nos minimiolos dos "red necks" do meio-oeste americano. Mas o que mais arrepia no filme é a música "Streets of Philadelphia", de Bruce Springsteen. Na letra, ele se coloca como portador do vírus. Sinta a barra: "Podia ouvir o sangue preto nas veias; andei mil milhas para mudar de pele; nenhum anjo irá me saudar, então me receba irmão com seu beijo sem fé". Ufa! Fast Business Acaba de chegar à cidade uma empresa que é uma mão na roda para executivos em trânsito. Trata-se da MBE, Me. Boxes Etc., uma rede de lojas de conveniência diferenciada, que oferece os seguintes serviços: venda de selos, remessas, cópias em xerox, revelação, fotos, uso do fac-simile, telefone e caixa-postal 24 horas. Usei serviços da MBE nos Estados Unidos adorei. Vamos ver se a versão tapuã também se iguala à excelência das 2.400 lojas norte-americanas. A primeira loja paulistana do grupo está instalada na rua Oscar Freire, 953, Jardins. Filha de Peixe Não se limita só a Bruno e Jeanetti o estrelato da família Musatti. A filha do casal, Paola, integra o elenco do espetáculo "Nau de Ícaros", que estréia amanhã no Teatro Paulo Eiró. Nota Mil Cometi uma enorme injustiça na coluna da última quarta-feira. Em nota a respeito da fazenda Haras da Mata, propriedade do milionário Fernando Altério, não mencionei que a exuberante decoração foi assinada por Esther Giobbi - decoradora que é sempre digna de nota. Texto Anterior: Procurador-geral é brizolista Próximo Texto: Rio Grande do Norte 1; Rio Grande do Norte 2; Sergipe; Ceará Índice |
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