São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Novo ataque de radicais mata um em Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um atirador palestino matou um israelense e feriu outros quatro num cruzamento movimentado da cidade de Ashdod, em Israel, ontem. O atirador foi morto a tiros por um motorista de caminhão e um soldado israelenses.
Dois grupos islâmicos reivindicaram o atentado. O Hamas –que assumiu a responsabilidade pelo carro-bomba que matou oito pessoas anteontem– disse que era um novo ataque de vingança pelo massacre de 29 palestinos numa mesquita de Hebron em fevereiro.
O Jihad Islâmico identificou o autor dos disparos como Ali Talib Abdallah al-Imawi, um militante de 19 anos da organização, residente no campo de refugiados de Shati, na faixa de Gaza, território ocupado por Israel.
Ambos os grupos prometeram mais ataques em Israel e contra colonos judeus nos territórios ocupados de Gaza e Cisjordânia.
Em Ballah, na Cisjordânia, soldados israelenses mataram a tiros um palestino de 15 anos e feriram outros sete. Os meninos atiravam pedras nos soldados.
O tenente-general Ehud Barak ordenou o fechamento dos territórios ocupados de Gaza e Cisjordânia. Nenhum palestino dessas áreas pode entrar em Israel "ao menos por alguns dias", disse Barak.
O atentado aumentou as pressões sobre o governo israelense para interromper as negociações de paz com a Organização pela Libertação da Palestina.
O Likud, principal partido de oposição ao governo trabalhista de Yitzhak Rabin, disse em um comunicado que "aquele que se retira de Gaza recebe os terroristas em Ashdod". O partido pede que pare a retirada do exército israelense de Gaza e Jericó, estabelecida pelo acordo assinado entre Israel e OLP em Oslo em setembro passado.
O ex-primeiro-ministro Yitzhak Shamir pediu que se interrompam as "desgraçadas negociações" com a OLP, que são "um crime contra Israel". O governo israelense reafirmou, no entanto, que as negociações continuam.
No Cairo, o negociador da OLP Nabil Shaat, disse que a delegação israelense voltaria às negociações hoje. Os israelenses haviam deixado o Cairo para participar da homenagem às vítimas do Holocausto em Israel ontem. A retomada das negociações hoje não foi confirmada por Israel.
Um comunicado da OLP datado do Cairo "lamenta o acontecimento de Afula (a explosão do carro-bomba anteontem)" e "apresenta as condolências às famílias dos civis mortos". Embora esteja no Cairo, Iasser Arafat, líder da OLP, não assinou o comunicado nem fez declarações.
O premiê Rabin criticou essa posição de Arafat. Um comunicado do governo americano considerou a nota da OLP "insuficiente".
Em Afula, 15 mil pessoas foram ao enterro das vítimas do carro-bomba. O terrorista foi enterrado em Qatabyeh, sua cidade, como herói.

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