São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Dinheiro dos bicheiros; O vice; Inflação e lucro dos bancos; Museu Paulista

Dinheiro dos bicheiros
"O artigo de Janio de Freitas de ontem é bonito como postura, inteligente como argumentação e fiel aos fatos, não maqueia a realidade. E introduz elementos de reflexão que, para mim, foram extremamente úteis. O artigo é um alerta de que a mídia precisa ter responsabilidade e carinho ao tratar um fato tão complexo."
Herbert de Souza –Betinho–, sociólogo (Rio de Janeiro, RJ)

O vice
"Face à notícia veiculada por este prestigioso matutino (4/04), dando conta que eu vetaria o nome do deputado Luís Eduardo Magalhães para a condição de eventual candidato a vice-presidente, cabe-me informar a V.Sa. que a notícia é improcedente. Registro, ao contrário, ter no ilustre parlamentar, além de um particular amigo, um dos homens públicos da nova geração política nacional de cujas posições firmes e lúcidas sou profundo admirador."
João Alves Filho, governador de Sergipe (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Gilberto Dimenstein e Tales Faria – A reportagem apurou a informação junto a vários parlamentares do PFL, aos quais o governador de Sergipe manifestou seu desapontamento com a posição de Luís Eduardo Magalhães durante as investigações da CPI do Orçamento. Nas conversas com parlamentares do PFL, o governador considerou omisso o líder do seu partido por não tê-lo defendido na CPI.

Inflação e lucro dos bancos
"Em relação ao editorial 'Senhores dos anéis', publicado na pág. 1-2, da edição de 24/03, considero interessante que se esclareçam alguns pontos a respeito dos lucros dos bancos. Em 1993 –ano de inflação extremamente elevada– a rentabilidade (lucro líquido sobre o patrimônio líquido) dos bancos brasileiros variou de 47,88% positivos a 34,58% negativos. Contudo, a rentabilidade média do sistema bancário foi de 11,95%, segundo apurou a própria Austin Asis, num estudo mais completo que o divulgado pela Folha, consolidando balanço de 130 bancos. Esse conjunto de bancos realmente teve em 93 um desempenho melhor do que o obtido em 92 (9,06%) e em 91 (6,91%), mas ficou abaixo dos 14,94% de 89 e dos 12,36% de 90, período em que a inflação declinou de 1.782% para 1.490%, e foi muito menor do que os 2.708% da inflação registrados no ano passado. É muito simplismo estabelecer uma correlação automática entre a rentabilidade dos bancos e a inflação, como se os bancos brasileiros só pudessem ser rentáveis com inflação elevada. Convém lembrar que a rentabilidade dos bancos, em 1986, quando a inflação anual se situou no mais baixo patamar dos últimos dez anos –65,03%– foi de 13,4%. O crescimento da participação das operações com títulos ou dívida pública nas receitas dos bancos não é motivo para o analista se preocupar com os bancos, mas sim com o excesso de gastos do setor público. Se essa situação se reverter, as empresas voltarão naturalmente a buscar empréstimos e os bancos fortalecerão o apoio ao setor produtivo. Com a esperada queda nas taxas de juros, também o crédito ao consumidor deverá ser plenamente restabelecido. Esses bancos conhecem muito bem a economia real e não precisam da inflação para serem bem-sucedidos."
Alcides Lopes Tápias, presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos –Febraban (São Paulo, SP)

Museu Paulista
"Em artigo publicado na seção Tendências/Debates dessa Folha no dia 4/04, o professor Carlos Lemos expressou opiniões sobre a substituição do professor doutor Ulpiano Bezerra de Menezes na direção do Museu Paulista desta universidade que denotam desinformação sobre o que se segue: 1) Em 26/11/93, data da posse do reitor Flávio Fava de Moraes, o professor Ulpiano colocou seu cargo à disposição, por considerar que não dispunha de mandato e que seu cargo era de confiança. 2) Em 18/03/94, o professor Ulpiano solicitou dispensa da direção do museu, acreditando haver cumprindo (sua) 'missão'. 3) Em 22/03/94, a pedido do reitor Fava, o professor Ulpiano enviou sugestões sobre uma lista de nomes cogitados para sua substituição. Encabeça essa lista o nome do professor doutor José Sebastião Witter, designado, por essa razão entre outras, para dirigir o Museu Paulista."
José Augusto Guilhon Albuquerque, chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade de São Paulo –USP (São Paulo, SP)

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