São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994
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Brasil entra na era dos eventos do 'college rock'

MARCEL PLASSE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O termo que define o atual rock americano, "college rock", deixa claro a importância das faculdades no mercado de discos dos EUA.
Até recentemente, a música "college" do Brasil remetia direto aos festivais dos anos 60, em especial aos realizados no Tuca, da PUC-SP, que tornaram sinônimos MPB de protesto e universitários.
Mas hoje as três principais "college radios" do Brasil seguem o modelo das primas americanas.
A Felusp FM (Canoas, RS), da Universidade Luterana do Brasil, chega a ter um programa chamado "College Radio".
Tanto a Rádio Universidade (Rio), da Universidade Estácio de Sá, quanto a Felusp funcionam dentro do campus universitário.
A Brasil 2.000 FM (São Paulo), segundo o diretor de programação Roberto Maia, tem 90% de alunos das faculdades Anhembi-Morumbi entre seus funcionários.
O maior evento "college" nacional foi a realização do festival Junta Tribo, em agosto de 93.
O festival, organizado pelo DCE da Unicamp e pelo fanzine "Broken Strings", reuniu 17 bandas, que se apresentaram para 6.000 pessoas durante três dias.
O Junta Tribo ganhou especial da MTV e ajudou a revelar a banda Os Raimundos, de Brasília, que acabou assinando com o selo Banguela, bancado pela Warner.
O DCE da Unicamp pretende fazer o Junta a Tribo 2 em agosto.
O coordenador de cultura do diretório, Osmar de Araújo Coelho Filho, informa que também realiza um projeto de apoio às bandas do campus: "Quinta no Básico".
Mas a Unicamp é exceção. A maioria dos DCEs e centros acadêmicos do país fica nas bandeiras político-econômicas.
Os estudantes da PUC estão em campanha de boicote à mensalidade escolar. E o departamento de cultura do DCE da USP atravessa "fase de reestruturação", nas palavras do diretor de ensino Edson Miagusko.

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