São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994
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Itália reduziu roubos punindo receptadores

PAULO FERRAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O problema de roubo e furto de cargas na Itália não era muito diferente da situação brasileira, até o final de 1992. Em um ano, atacando principalmente os receptadores, a polícia e a Justiça italianas conseguiram provocar uma queda de 25,3% no número de ocorrências.
Segundo os procuradores italianos Gherardo Colombo, Francesco Greco e Piercamillo Davigo, a punição severa aos receptadores é a melhor forma de se combater as quadrilhas de roubo de cargas.
"O receptador é a figura central do problema. Ele deve estar sujeito a penas severas" diz Davino.
Na Itália, o crime de receptação é punido com penas que variam de dois a oito anos, com possibilidade de aumento de um terço se o valor da mercadoria for elevado. No Brasil, segundo o promotor Dráusio Barreto, a pena é de um a quatro anos "mas, na maioria dos casos, a pena imposta é a mínima."
Para combater os receptadores, segundo os promotores italianos, é necessário fazer um rígido controle na circulação de mercadorias e seus documentos (notas fiscais, faturas, ordens de embarque).
Esse controle, segundo eles, é feito na Itália através da fiscalização do comércio das mercadorias mais visadas.
Além desse controle, os promotores italianos sugeriram algumas medidas práticas aos empresários brasileiros do setor.
Marcar os produtos para que eles possam ser reconhecidos quando roubados é uma das sugestões. Outra, é a mudança constante dos percursos das cargas. Nesse caso, o motorista só deve ser informado na hora da partida.
O cuidado na seleção dos motoristas é outro item importante apontado pelos italianos. Segundo eles, em um número muito grande de casos, o motorista funciona como informante das quadrilhas.
A fiscalização dos caminhões em vários pontos do percurso também é necessária. Essa fiscalização deve ser feita por homens de confiança das transportadoras.(PF)

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