São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994 |
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Pista favorece Benetton na 2º etapa do Mundial de F-1
FLAVIO GOMES
Williams pode ter dificuldade domingo que vem no Japão O circuito onde domingo que vem acontece a segunda etapa do Mundial de Fórmula 1 é uma dádiva dos céus para a Benetton. A equipe que ganhou a corrida de abertura da temporada, em Interlagos, tem a chance de repetir a façanha em Aida, Japão, daqui a uma semana. A pista japonesa, sede do estreante GP do Pacífico, está deixando Ayrton Senna e a Williams de cabelos em pé. O time começou o ano como favorito e viu despencarem todos os prognósticos dos especialistas com a vitória de Michael Schumacher no Brasil. As primeiras análises de Aida são unânimes: o circuito não é o mais apropriado para a Williams, cujo carro certamente vai se sair bem em pistas velozes –como Imola, Monza e Hockenheim–, mas deve sofrer nas lentas. Aida tem um traçado de baixa velocidade. A média de uma volta, para um carro de F-1, deve ficar em torno de 180 km/h. Para se ter uma idéia, em Interlagos é de 200 km/h. Em Monza, 230 km/h e, em Hockenheim, 250 km/h. Pistas rápidas favorecem carros com motores mais potentes –caso dos V10 da Renault que equipam a Williams. Circuitos lentos anulam essa vantagem. Os propulsores da Benetton são Ford V8, em tese menos fortes que os rivais franceses. Para piorar as coisas para Senna e sua trupe, a pista japonesa é estreita e travada, com muitas curvas fechadas, retas curtas e poucos pontos de ultrapassagem. Não há onde aproveitar a potência superior de seus motores. A luta pela pole-position será decisiva. Quem largar na frente tem grandes chances de manter a posição se o trabalho dos boxes, nas paradas para reabastecimento e troca de pneus, for eficiente. A preocupação da Williams com o GP do Pacífico ficou clara na semana passada. O time deslocou um séquito de 47 pessoas para três dias de testes em Jerez de La Frontera, Espanha. O circuito tem as mesmas características de Aida. Senna treinou na terça e quarta-feiras, tentando regular seu FW16 –o modelo da Williams– para um traçado como o japonês. A esperança do time e do piloto brasileiro é de que pelo menos o asfalto não seja ondulado como em Interlagos. Esse tipo de piso tornou o carro de Senna, segundo ele mesmo, "inguiável". O FW16 salta muito nas ondulações. Isso não acontecia no ano passado, quando o regulamento da F-1 permitia o uso das suspensões ativas. Tais equipamentos, controlados por computador, mantinham os carros a uma altura constante do solo, independente das características do piso. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) proibiu os dispositivos nesta temporada. O GP do Pacífico, que começa à 0h30 do dia 17 (horário de Brasília), terá 83 voltas –mais do que qualquer outra prova do calendário. Como a F-1 nunca correu em Aida, haverá um treino extra-oficial na quinta-feira. Faz frio na região, que fica no sul do Japão. Há duas semanas, o autódromo estava coberto de neve.(FG) Texto Anterior: Honda procura compradores Próximo Texto: Vôlei feminino vai hoje para a Suíça Índice |
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