São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aliança beneficia PSDB, avalia Tasso

GILBERTO DIMENSTEIN
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE), avalia que a aliança com o PFL irá trazer vantagens à candidatura do ex-ministro Fernando Henrique Cardoso.
Pesquisa Datafolha publicada ontem revelou que a aliança dos tucanos com o PFL tiraria parte dos votos de FHC, que oscila entre 19% e 21%, dependendo dos seus concorrentes. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a pesquisa, oscilando entre 33% e 37%.
Tasso acredita que a aliança com o PFL irá reforçar a candidatura do PSDB no Nordeste, região onde o candidato do PT mantém melhor desempenho.
O PFL nordestino, segundo o presidente do PSDB, possui uma boa máquina partidária e conta com muitos prefeitos –considerados importantes cabos-eleitorais no interior dos Estados.
Além desse fator, dirigentes tucanos destacam outra vantagem: o acréscimo do tempo de FHC no horário eleitoral gratuito. Com a soma do tempo do PFL, o candidato do PSDB dobraria a sua participação no rádio e TV.
No PFL, a avaliação é de que a pesquisa mostrou, pela diferença de votos entre Lula e FHC no Nordeste (39% a 12%) que a união é fundamental. "Os números da pesquisa servem até mesmo de advertência para quem reage negativamente a esta coligação", disse o senador Marco Maciel (PFL-PE).
Sarney
O senador José Sarney (PMDB-AP) vai utilizar os números da pesquisa, que o colocam em terceiro lugar, com 12%, para tentar convencer os peemedebistas que seria melhor candidato que o ex-governador Orestes Quércia, que obteve apenas 8%.
O ex-presidente vai disputar com Quércia e o ex-governador Roberto Requião (PR), uma eleição interna (prévia) PMDB para a escolha do candidato do partido.
"A pesquisa mostra uma parcela significativa de liderança no país mesmo sem eu ser candidato, sem ter feito propaganda e sem a estrutura do partido", afirmou.
Para Lula, a pesquisa mostra que vai se criando uma polarização entre seu nome e o de FHC. "Nossa candidatura tende a crescer com isso", disse.
O ex-governador do Rio Leonel Brizola disse estar "muito confortado" com seu terceiro lugar. "Se me dão 10%, é porque devo estar bastante melhor", disse. Brizola ressalvou que nem começou sua campanha.
A Folha tentou falar ontem com o ex-governador Orestes Quércia. Na sua casa, os funcionários informaram que ele havia saído.

Colaboraram as sucursais do Rio e Brasília e a Reportagem Local

Texto Anterior: PL oficializa a candidatura de Flávio Rocha e descarta alianças
Próximo Texto: Lula e FHC definem equipes da campanha
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.