São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradoria vai investigar membros da PF

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Procuradoria da República no Rio deve começar esta semana a investigar o envolvimento da Polícia Federal, especialmente do ex-superintendente Édson Oliveira, com a lista de beneficiários de propinas do bicheiro Castor de Andrade.
Segundo a Folha apurou, para começar o trabalho, os procuradores esperam receber do procurador-geral, Aristides Junqueira, os nomes de funcionários da PF constantes da lista.
No final da semana passada, a Procuradoria de Justiça do Rio enviou para Junqueira a lista completa dos envolvidos na área federal.
Junqueira deverá separar os nomes de deputados federais e senadores que constarem da lista (para que eles sejam investigados por Brasília) e enviar para o Rio a parte relativa à Superintendência Regional da Polícia Federal.
O nome do ex-superintendente Édson Oliveira está chamando especialmente a atenção da Procuradoria porque ele já vinha sendo investigado pelo órgão, sob suspeita de enriquecimento ilícito.
Oliveira acumulava a direção da Superintendência da PF no Rio com o cargo de diretor da Interpol (Polícia Internacional) no Brasil. Afastou-se para disputar a eleição.
Na segunda função, ele viajou a várias partes do mundo na tentativa de prender o empresário Paulo César Farias, sem sucesso.
PC Farias, que fugiu pelo Paraguai, Argentina e foi localizado pela imprensa em Londres, acabou sendo preso na Tailândia, graças ao trabalho da embaixada brasileira em Bangcoc, capital tailandesa.
Édson Oliveira, que pretende se candidatar a deputado federal pelo PSBD, não fala sobre o caso.
Ontem, a assessoria de imprensa da PF informou que ele está reunindo documentos para provar inocência e que só a partir de hoje começará a responder as acusações.
O procurador Rogério Nascimento foi designado para comandar as investigações da lista de Castor de Andrade na parte que compete ao Ministério Público Federal no Rio.
Embora Nascimento tenha estado com o procurador-geral de Justiça do Rio, Antônio Carlos Biscaia, ele conseguiu pouca informação até o final da semana.

Texto Anterior: MP vai pedir prisão de citados
Próximo Texto: RJ prioriza segurança de blindados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.