São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Abrin mostra o ajuste dos fabricantes de brinquedos

KATIA MILITELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A 11ª Abrin (Feira Nacional de Brinquedos), que começa amanhã em São Paulo, traça o perfil de um setor que agora respira aliviado.
Depois de enfrentar quatro anos sucessivos de queda no faturamento, os fabricantes de brinquedos se reajustaram, fecharam 93 com vendas quase 17% maiores e se preparam para mostrar na Abrin cerca de 850 lançamentos.
As 130 empresas que participam da feira prevêem movimentar em cinco dias 30% dos cerca de US$ 700 milhões faturados em 93. Esses US$ 200 milhões representam o dobro do total girado na edição da Abrin do ano passado.
São esperados cerca de 15 mil visitantes, 40% mais do que em 93. A Abrin é uma feira de negócios, fechada ao público, e acontece no Expo Center Norte (em Santana, zona norte da cidade, junto ao shooping Center Norte).
Além dos lançamentos, a novidade para os lojistas serão as tabelas em URV (Unidade Real de Valor). Os preços dos 5.000 brinquedos mostrados na feira estão atrelados ao novo indexador.
Os números animadores que o setor agora expõe são resultado de uma grande reforma. Com alíquota de importação de 105% até 1990, os fabricantes brasileiros desconheciam a palavra concorrência.
Cobravam os preços que queriam e os lançamentos raramente aconteciam na velocidade sonhada pelo consumidor.
Com a entrada dos importados, as empresas se mexeram. O preço dos brinquedos caiu entre 30% e 35%, em dólar. Das 400 empresas que atuavam até 89, sobraram 190. A alíquota hoje beira os 30%.
"A reestruturação começou pela eliminação de gastos ineficientes. Passou por uma reavaliação dos custos e demissão de pessoal", afirma Emerson Kapaz, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), a promotora da feira.
A líder Estrela é o melhor exemplo da revolução por que passou o setor. Em 92, perdeu o topo do ranking para a irriquieta Tec Toy, que conquistou a criançada com eletrônicos, preço competitivo e campanhas publicitárias eficientes.
A Estrela mudou e reconquistou a liderança, em 93. Demitiu 2.000 de seus 4.500 funcionários; as diretorias caíram de 11 para 6; e os lançamentos foram incrementados.
Números do presidente da empresa, Mario Adler, mostram que a Estrela fechou 93 com lucro de US$ 3,2 milhões e faturamento de US$ 200 milhões (mais 43% sobre 92). Em 91, a operação no vermelho fora de US$ 31 milhões e em 92, de US$ 14 milhões.

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