São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Casos extracampo atrapalham São Paulo

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores do São Paulo saíram do campo do Morumbi ontem afirmando que o empate tinha sido um grande resultado. Considerando as circunstâncias extracampo que envolveram o clássico de ontem, eles tinham razão.
O técnico Telê Santana não estava no banco. Foi suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva da FPF (Federação Paulista de Futebol). Assistiu o jogo da tribuna passando informações por rádio ao treinador dos aspirantes Muricy.
Além disso, o atacante Muller foi vetado por indisciplina (leia texto abaixo) E para completar, o clube passa por um desgastante processo sucessório, que teve início no sábado, com a eleição de membros do Conselho Deliberativo. Junto com os vitalícios, elegerão o próximo presidente.
Uma série de problemas que acabaram refletindo no rendimento da equipe em campo.
Acostumados a ter Telê berrando na beira do gramado, os jogadores pareciam estar desamparados. Sem Muller à frente, o ataque são-paulino era como se tivesse um homem a menos. "O empate foi um grande resultado", resumiu o goleiro Zetti, autor de defesas que salvaram o time da derrota, uma delas históricas.
O meia Cafu, que acabou sendo um dos mais aguerridos do time, concordou. "Ganhamos um ponto justo", disse. Perguntado se estava cansado, Cafu até brincou: "Você está me gozando, jogo mais um tempo se for preciso".
O São Paulo teve problemas em todos os setores. A defesa, desfalcada de Júnior Baiano, suspenso, e André, contundido, vacilou muito, apesar de não levar gols.
Vítor, por exemplo, deve ter feito Telê querer pular da tribuna. Perdeu muitas bolas.
O meio-campo não conseguiu articular as jogadas de ataque. Palhinha sumiu, Leonardo e Juninho não achavam espaço para subir. Tinham ainda que enfrentar o meio-campo adversário, que alternava futebol e faltas violentas.
Aos 37 min do primeiro tempo, Dinho deu uma cotovelada em Cafu, sem bola. O lance não foi percebido nem pelo juiz, nem por seu auxiliar. Nem mesmo a TV captou o lance, de cartão vermelho.
Mas o São Paulo estava irreconhecível. Também fez faltas em excesso, recurso abominado por Telê. A equipe levou três cartões amarelos e Gilmar, depois de fazer três faltas seguidas, foi expulso, aos 28 min do segundo tempo.
Setor ofensivo não existiu ontem no São Paulo. Euller estava cansado e as bolas não chegavam para ele. Axel entrou em seu lugar, aos 20 min do segundo tempo.
O objetivo era liberar Juninho. Não funcionou e Juninho acabou sendo substituído por Caio, aos 35 min, que teve tempo apenas de sofrer uma falta no minuto final. Leonardo bateu e Edinho espalmou. Não era o dia.

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