São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Intercâmbios: última chamada

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Largar a escola e a família para morar em um lugar distante, onde as pessoas nem falam a sua língua. Essa é a opção feita pelas pessoas que fazem intercâmbios estudantis.
Quem quiser entrar nessa deve correr, pois a maioria das inscrições para quem vai embarcar nesse tipo de programa em agosto acabam este mês.
Não é qualquer um que tem dinheiro para fazer um intercâmbio (veja arte ao lado), mas quem faz garante que vale a pena.
"Além de aprender outra língua, a gente fica mais independente, aprende a se virar. Lá ninguém faz nada por você", diz Danielle Shnider, 16, que morou seis meses nos EUA (o país escolhido pela maioria dos intercambistas).
Maya Pinsky, 17, que também morou nos EUA, concorda: "Eu voltei de lá muito amadurecida, acho que eu cresci muito nesses seis meses".
Todos os intercâmbios têm regras que devem ser seguidas pelos intercambistas. Em todos, os jovens devem obedecer aos pais "postiços" e em caso de uso de drogas podem ser obrigados a voltar para o Brasil.
Danielle conta que aprendeu a obedecer aos novos pais. "Um dia eu cheguei em casa depois do horário previsto e minha 'mãe' me deixou uma semana de castigo", conta a menina.
Em caso de não-adaptação à família, o que às vezes acontece, dá para tentar mudar de casa. É só entrar em contato com a agência responsável pelo programa.
O programa feito pelo Rotary Club é um dos mais rigorosos na disciplina. Os intercambistas tem que seguir várias regras. As principais são: não fumar, não dirigir, não namorar e não beber.
Parece difícil, mas a moçada garante que tira de letra. "A única coisa chata é não poder namorar", mas nisso a gente acaba dando um jeito", diz Rachel Julião, 17, que passou seis meses nos EUA, através do programa do Rotary.
Outra regra desse intercâmbio é que a pessoa tem de receber um estudante estrangeiro em sua casa.
Rachel já passou por isso. Ela teve uma "irmã" canadense morando três meses em sua casa. "Nós ficamos muito amigas, foi uma experiência ótima. Tão interessante como morar nos Estados Unidos."

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