São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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A felicidade chega sem hora marcada

PAULO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Depois de uma exaustiva manhã em Fort Lauderdale, dando palestras para crianças, vou almoçar com uma amiga advogada. No restaurante, sentamos numa mesa ao lado de um bêbado, que insiste em puxar conversa o tempo todo.
A certa altura, minha amiga pede ao bêbado para ficar quieto. Mas ele insiste:
"– Por quê? Eu falei de amor como um homem sóbrio nunca fala. Demonstrei alegria, tentei comunicar-me com estranhos. O que há de errado nisto?"
"– O momento não é apropriado", responde ela.
"– Quer dizer que existe hora certa para demonstrar felicidade?"
Depois desta frase, convidamos o bêbado para a nossa mesa.

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