São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Livro afirma que Winston Churchill era racista

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

Winston Churchill, o premiê conservador que liderou o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45) e de 1951 a 1955, era racista.
A conclusão é do historiador Andrew Roberts, 31, que publica um livro sobre o assunto em julho.
Extratos de "Eminent Churchillians" publicados pela revista "The Spectator", baseados em documentos oficiais, revelam que Churchill, quando secretário do Interior, em 1906, chegou a defender a eugenia e a esterilização contra "as classes dementes" que "constituem um perigo racial".
Como secretário do Interior, em 1921, afirmou: "A idéia de que os indígenas do leste da África sejam colocados em igualdade com os europeus é revoltante".
Como premiê na primeira metade da década de 50, um de seus grandes objetivos era conter o crescimento da imigração dos países do Império Britânico.
O número de imigrantes havia passado de 6.000 em 1953 para 40 mil em 1955. Mas membros de seu governo impediram a decretação de medidas duras sugeridas por ele, revela Roberts.
"A rápida melhoria das comunicações levará ao aumento do número de pessoas de cor neste país e a presença delas mais cedo ou mais tarde vai ofender uma grande parte do povo britânico", disse Churchill em 1954. Previsão que, infelizmente, tornou-se realidade.
O livro de Roberts traz insultos de Churchill contra negros, árabes, indianos, chineses, italianos.
Alguns biógrafos do ex-premiê, entretanto, saíram em defesa do homem que comandou a resistência britânica ao avanço nazista.
Eles relativizaram o racismo de Churchill, dizendo que era algo comum da sua geração e da época em que foi educado.
O historiador lorde Blake concordou que já eram conhecidas posições racistas de Churchill, "mas ele não era o único –apenas refletia as atitudes de sua época".

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