São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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SP faz mapeamento para combater a erosão

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo paulista vai investir US$ 6,7 milhões esse ano no combate à erosão. A verba, aprovada no Orçamento do Estado, é para fazer o mapeamento de cerca de 40% do solo paulista.
O mapa vai classificar os diferentes tipos de solo e determinar quais as atividades agrícolas são recomendadas para cada região.
Evita, dessa forma, que plantios inadequados ao tipo de solo acelerem o processo de erosão.
São Paulo perde por ano 190 milhões de toneladas de terra com a erosão, um prejuízo equivalente a US$ 200 milhões.
"Uma das principais causas da erosão é o uso inadequado do solo", diz Guido José da Costa, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado.
O café, exemplifica Costa, não deveria ser plantado no Vale do Paraíba. "O solo da região é bom para pastagens, hortaliças e frutas", diz.
Atualmente entre 10% e 15% da área do Estado está mapeada em escala 1:100.000 (1 centímetro quadrado de mapa corresponde a 100 hectares).
A escala, diz Costa, é a ideal para precisar quais culturas se adequam ao solo.
O trabalho, previsto para durar cinco anos, vai começar, em maio próximo, pela região Oeste.
O local foi escolhido por ter poucas pesquisas na área de solo e por ser considerada uma região com potencial de erosão, explica Hélio do Prado, coordenador de Levantamento do Solo do Instituto Agronômico de Campinas, um dos responsáveis pelo mapeamento.
Segundo Prado, a área inicial é formada pelo Pontal de Paranapanema até Marília, passando por Barretos e pela divisa de Minas.
Devem ficar faltando no trabalho as regiões ao norte do Ribeirão Preto e Vale do Paraíba. "Não há técnicos suficientes", diz Prado.
Quando pronto, o mapa terá uma definição de classe de uso, com variação de 1 a 8. O solo 1 é uma terra rica em nutrientes (fértil), com relevo plano e pouca erosão. Um exemplo é a região de Ribeirão Preto.
O solo 8 são as resersas naturais. O solo 3 é o que apresenta boa quantidade de nutriente mas, devido ao relevo ondulado, está sujeito à erosão.
O trabalho será feito pelo Instituto Agronômico, por técnicos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e pela Secretaria da Agricultura. O plano inicial, diz Costa, é uma equipe de dez técnicos do Instituto Agronômico e outros oito da Esalq.
Para isso, cada técnico deverá ser responsável por três quadrícolas -área delimitada em 280 mil ha. Após o mapa, será feito um relatório técnico, que vai apontar as características do solo.

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