São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Lagoa no centro de João Pessoa é contaminada pelo vibrião do cólera

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A Secretaria de Saúde da Paraíba confirmou no último sábado a contaminação da lagoa do Parque Solon de Lucena, em João Pessoa, pelo vibrião colérico. A lagoa fica no centro da cidade.
Mesmo contaminada, a lagoa continua sendo utilizada por pescadores e lavadores de carros.
Segundo a secretaria, um morador do centro da cidade com cólera pode ter sido o responsável pela contaminação da lagoa, que recebe esgotos residenciais clandestinos.
Até ontem, a secretaria tinha confirmado mais de 3.700 casos de cólera, com 28 mortes em todo o Estado. A epidemia já atingiu 112 dos 171 municípios do Estado.
O Hospital Universitário Alcides Carneiro, de Campina Grande (130 km a oeste de João Pessoa), tem recebido em média 30 pacientes com cólera por dia. Ontem, a UTC (Unidade de Tratamento de Cólera) do hospital estava lotada.
Segundo a direção do hospital, na semana passada foram atendidas mais de 200 pessoas com cólera. Pelo menos quatro morreram. O município de Sousa (420 km a oeste de João Pessoa) teve o maior número de vítimas fatais por causa do cólera –nove.
Em Sousa, foram confirmados 313 casos este ano. Atualmente, a situação é mais grave em Campina Grande, cerca de 700 casos este ano, com seis mortes.
Santos
A Prefeitura de São Vicente (SP) começa a treinar hoje 20 estagiários de enfermagem, da Universidade Católica de Santos (SP), para o combate ao cólera. Eles devem começar o trabalho amanhã.
O prefeito Luiz Carlos Luca Pedro (PT), 39, deverá se reunir hoje e amanhã nos ministérios da Saúde, Bem-Estar Social e Integração Regional, em Brasília, para pedir a liberação de verbas.
São Vicente registrava até ontem 18 casos da doença, com duas mortes. A favela México 70 apresenta o maior número de casos do município –seis, com uma morte. Na Baixada Santista, 29 casos tinham sido confirmados até ontem.

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