São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Palmeiras admite o medo de nova crise

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras teme enfrentar uma nova crise se não vencer o Bragantino, hoje às 20h30, no Parque Antarctica. O empate sem gols com a Portuguesa, domingo passado, surpreendeu o técnico Wanderley Luxemburgo, que contava com uma série de quatro vitórias até o próximo domingo.
A crescente diferença com o Corinthians –líder do campeonato, com 31 pontos, um a mais que o Palmeiras, que tem um jogo a mais– serviu para aumentar a dimensão da partida de hoje, colocando a tranquilidade do time em jogo.
"Se não conseguirmos uma vitória, a cobrança vai começar a ficar forte demais", disse o meia Edílson, que ganhou a vaga de Zinho, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo contra a Portuguesa.
"Nossa vantagem é jogar no Parque Antarctica, que tem um gramado em melhor estado, o que facilita as jogadas rápidas", continuou Edílson, que, como Rincón, também terá a missão de tentar o ataque.
Com esse esquema tático, Luxemburgo reedita uma das funções utilizadas no ano passado, quando o centroavante Evair era obrigado a recuar até o meio-campo para facilitar o avanço dos meias.
A alternativa não soou agradável ao atacante. "A função não me surpreende porque joguei muito assim. Só que me sacrifica mais, porque me afasta da área e diminui minhas chances de fazer gols", disse Evair.
A redução das chances será ainda maior com o esquema do Bragantino, que os palmeirenses acreditam ser uma reedição do que foi a Portuguesa: recuada em seu campo, esperando apenas o momento de contra-atacar.
"Eles vão contar com as vantagens da disputa do campeonato, que é por pontos corridos", acredita o lateral Roberto Carlos. "Como um empate será muito valioso, duvido que o time vá se arriscar muito no ataque."
A dificuldade aumenta o temor do time em provocar uma irritação da torcida, caso não consiga uma vitória, o que aumentaria a diferença com o Corinthians. "Precisamos dos dois pontos para continuar vivos na competição", acredita o meia Edmundo.
O jogador justifica a vantagem do adversário: "Eles têm mais tempo para treinar porque não participam de outras competições como o Palmeiras, que tem ainda a Libertadores de América e a Copa do Brasil. Com isso, conseguem poupar jogadores, o que não podemos fazer".
A perigosa sombra provocada pelo Corinthians obrigou o zagueiro Antônio Carlos a reconhecer que o rival é favorito para conquistar o título paulista. "É só saber administrar a vantagem na classificação para garantir o campeonato", acredita.
Ao Palmeiras, segundo o zagueiro, resta a oportunidade de tentar sua última tacada na rodada final, quando enfrenta justamente o Corinthians. "Temos que torcer por um tropeço deles até lá. Senão o jogo será como uma decisão. Daí deve prevalecer a vantagem técnica do Palmeiras."
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