São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994 |
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Boris Ieltsin exige interrupção dos ataques
DA AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, reclamou com o presidente americano Bil Clinton de não ter sido consultado antes sobre o ataque aéreo pela Otan aos sérvios em Gorazde.Ieltsin falou com Clinton pelo telefone antes de viajar para a Espanha, onde se encontrou com o primeiro-ministro Felipe Gonzáles. Ele exigiu que os ataques aéreos sejam interrompidos. Segundo o presidente do Conselho de Segurança da ONU, Colin Keating, todos os países do conselho foram avisados assim que a decisão de lançar o ataque foi tomada. Keating disse que não encontrou nenhum representante da Rússia até depois de o ataque de domingo já ter sido realizado. Em Madri, omde acompanha Ieltsin, o chanceler russo Andrei Kozirev disse ter sido "um grande erro e um grande risco" decidir pelo ataque aos sérvios sem consulta à Rússia. Os russos são tradicionais aliados dos sérvios. Foi só depois da intervenção da Rússia nas negociações que os sérvios concordaram em suspender o cerco a Sarajevo, capital da Bósnia. Kosirev disse que ataques da Otan só levarão a uma escalada da violência na Bósnia mas não pararão os sérvios. Em reunião informal a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador da Rússia Yuli Vorontsov disse que seu país quer a desmilitarização da região de Gorazde. A proposta incluiria o desarmamento das forças do governo bósnio formado por croatas e muçulmanos na região. Vorontsov não pediu uma reunião pública do Conselho para discutir os ataques da Otan, como havia sido sugerido por Ieltsin. Ele, no entanto, expressou "preocupação" e também criticou o fato de a Rússia não ter sido avisada. O ministro da Defesa da Rússia, Pavel Grachev, falou com seu colega americano William Perry pelo telefone. Ele criticou os ataques da Otan e pediu o envio de mais forças de paz da ONU para Gorazde. Texto Anterior: Ocidente volta a atacar na Bósnia Próximo Texto: Termina 'Marcha da Vida' na Polônia Índice |
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