São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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50 anos do HC; Petróleo; Oligopólios; Folha não é só de São Paulo; Pesquisa; "Safenectomizados"

50 anos do HC
"Muito oportuno e digno de nota o caderno especial sobre os 50 anos do Hospital das Clínicas. Atuando há 13 anos na instituição, percebemos que o material resgata a memória histórica desta gigantesca 'catedral da saúde', última esperança para milhares de pessoas sofredoras, pobres e doentes. Pontualiza prospectivamente os avanços pioneiros desta instituição. Sinaliza a atuação silenciosa de servidores que testemunham a história silenciosa e subterrânea da solidariedade humana acontecendo anonimamente, não obstante condições adversas. É necessário ressaltar que o registro histórico dos 50 anos de vida do HC não seria completo se ignorasse o aspecto da esperança e da fé, presente no dia-a-dia da comunidade do HC desde a benção da pedra fundamental do hospital, e atualmente protagonizadas pelas centenas de voluntários(as) e agentes de pastoral da saúde, católicos e evangélicos que atuam no complexo HC."
Léo Pessini e Anízio Baldessin, capelães do Hospital das Clínicas (São Paulo, SP)

Petróleo
"Estou basicamente de acordo com o artigo do professor Rogério Cézar Cerqueira Leite (edição de 11/04). Fiquei com a pulga atrás da orelha quando, há dois meses, li um anúncio no 'The New York Times', em que a Atlantic defendia a idéia de que era estrategicamente perigoso para os Estados Unidos permitir a exploração de petróleo por companhias estrangeiras."
Isaias Raw, diretor do Instituto Butantan (São Paulo, SP)

Oligopólios
"Escrevo a respeito de uma nota da Redação em resposta ao leitor Nilton Ricardo Lang (23/03). Em sua carta o leitor reclama, a meu ver com razão, que o jornal faz 'apologia da privatização da Telebrás'. Mas nada diz, argumenta o referido leitor, sobre o oligopólio da Parmalat que, continua, agora citando Aloysio Biondi (Folha, 6/03), 'recebe financiamento do povo (através do Banespa) para comprar e fechar pequenos laticínios do interior'. A resposta do jornal: 'A oposição da Folha a todo tipo de monopólio ou oligopólio, público ou privado, encontra-se consubstanciada no próprio editorial citado pelo leitor quando afirma que a necessidade de sobreviver em um ambiente competitivo é o melhor incentivo à eficiência que o homem jamais encontrou'. Já escrevi uma vez à ombudsman dizendo que o jornal tem o direito de ter a opinião que quiser, desde que a deixe clara para o leitor. O que não pode fazer é achar que o leitor é um tolo. Isso é irritante. É desleal. Quantas vezes a Folha fez campanha contra os monopólios privados da mesma forma que faz contra os estatais?"
Plínio A. Bortolotti (Fortaleza, CE)

Nota da Redação – A Folha não esconde dos leitores a sua opinião, sempre expressa nos editoriais. O missivista também se equivoca quando diz que o jornal não reclama dos oligopólios privados. Além de inúmeras reportagens (incluindo uma de página inteira publicada em 20/03), a Folha fez, apenas nos últimos quatro meses, cinco editoriais contendo pesadas críticas aos setores cartelizados da economia. São eles: "Campeões de inflação" (18/11/93), "Remédio para remédio" (23/12/93), "Disparada" (7/01/94), "Turbulência à vista" (2/03) e "A batalha dos preços" (9/03).

Folha não é só de São Paulo
"Historicamente, o Rio Grande do Sul sempre cumpriu seu dever patriótico no fortalecimento da República. Já possuiu uma das melhores redes de informação, que lutavam para levar as notícias aos mais distantes rincões do Estado. Porém, com a ditadura, ocorreu uma ruptura entre os órgãos de imprensa e o livre mercado, com a falência de muitos ('Diário de Notícias', 'Correio do Povo', 'Notícias'). Essa tragédia foi progressiva, já consolidada no Rio Grande do Sul e atingindo Santa Catarina. É a monopolização via Rede Brasil Sul. Essa transformação vem modificando os grandes valores culturais do povo riograndense. A Folha há muito tempo não pertence mais a São Paulo, e sim a todo Brasil, graças a sua independência e seu maior patrimônio que são seus recursos humanos. Proponho que a Folha ocupe este vazio existente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina."
Ernani Miura (Porto Alegre, RS)

"Venho manifestar minha concordância e solidariedade ao sr. Antonio Carlos Freitas Vale de Lemos, de Santa Maria (RS). Realmente a Folha não é mais só de São Paulo. É preciso ampliar e abrir mais espaço para as notícias dos demais Estados."
Jorge Osvaldo Brasil Costa (Belém, PA)

Pesquisa
"A pesquisa publicada à pág. 1-10 de domingo último informa que '10% dos eleitores dispostos a votar em FHC mudariam de opinião se o candidato a vice-presidente fosse do PFL'. Pouco depois, conclui que os 65% dos votos que FHC obteria da desistência de ACM representam na realidade 4,55%, já que ACM detém apenas 7% das intenções de voto. Correto: (65% de 7% = 4,55%). Mas acrescenta: ' menos do que os 10% que potencialmente perde'. Errado! Com critério idêntico usado na análise dos votos obtidos pela suposta desistência de ACM, esse 10% deverá ser calculado apenas sobre os 20% de intenções de voto obtidas por FHC."
Thomas Cohn (Rio de Janeiro, RJ)

"Safenectomizados"
"No artigo 'Coerência de pacientes e de médicos', o dr. José Knoplich (edição de 5/03), na evidente tentativa de melhor se comunicar com os leitores leigos, utilizou a expressão 'safenectomizados' com o objetivo de designar pacientes submetidos a revascularização do miocárdio. Ou seja, quando pequenos segmentos de veia safena retirados da perna foram utilizados, na forma de pontes, como substitutos arteriais das artérias coronárias obstruídas. Na verdade, 'safenectomizados' são pacientes operados, exclusivamente, para a retirada da veia safena, procedimento habitualmente usado pelos cirurgiões vasculares no tratamento dos portadores de varizes. Cumprimentos ao dr. Knoplich pelo artigo e seu trabalho em defesa da classe."
Antonio Carlos Simi, diretor de defesa profissional da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (São Paulo, SP)

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