São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Sarney vê risco de fragmentação do PMDB

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente e senador José Sarney (AP) disse ontem que o PMDB "chegará uma situação de fragmentação" se o presidente do partido (o deputado Luiz Henrique) "não atentar para o fato de que as prévias não evitarão as dissidências".
Sarney disse ser o único candidato que pode promover a unidade do PMDB, pelo fato de não ter "incompatibilidades" dentro do partido.
Apontado pelas principais lideranças peemedebistas como favorito nas prévias que indicarão o candidato do partido, o ex-governador Orestes Quércia deve provocar dissidências em vários Estados.
O prefeito de Recife, Jarbas Vasconcelos (PE), já prometeu apoio a Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O senador José Fogaça (RS), ex-presidente nacional do partido, disse que o PMDB do Rio Grande do Sul não deverá fazer campanha aberta para FHC, mas também não subirá no palanque de Quércia.
Fogaça afirma que o PMDB gaúcho não terá problemas para defender o governo Itamar Franco, apesar da postura de oposição assumida por Quércia.
"Quem está em desacordo com a linha do partido é ele. O Conselho Nacional aprovou o apoio ao governo Itamar", justifica.
A candidatura Quércia está provocando divisões no PMDB gaúcho. O prefeito de Pelotas, Irajá Rodrigues, anunciou que fará campanha por Quércia, juntamente com dezenas de prefeitos gaúchos.
A divisão também está cristalizada em Pernambuco. Vasconcellos já está dissidente, mas o presidente regional, senador Mansueto de Lavor, apóia Quércia. O prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho conseguiu a adesão de 14 dos 16 prefeitos do PMDB à candidatura Quércia.
Na Paraíba, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima assumiu a campanha de Quércia, mas o candidato ao governo pelo PMDB, senador Antonio Mariz, prefere fazer a campanha longe do ex-governador paulista.

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