São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Quércia ainda tenta um acordo com Brizola

EUGÊNIO NASCIMENTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU

O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) disse ontem em Aracaju (SE) que já há alguns "acenos" do ex-governador do Rio, Leonel Brizola (PDT) visando um acordo na disputa presidencial.
Tanto Quércia como Brizola são pré-candidatos à Presidência. Quércia, porém, não especificou quais seriam esses "acenos".
"Já aconteceu um contato, mas isso não quer dizer que estejamos apostando num entendimento. O PMDB deve caminhar com a estrutura que tem para disputar o governo do país", disse Quércia.
Ele afirmou que "provavelmente" definirá até 15 de maio o seu candidato a vice. Em 15 de maio o PMDB realiza sua prévia nacional.
Na prévia, o partido escolherá o candidato a presidente entre seus três pré-candidatos: Quércia, José Sarney e Roberto Requião.
Quércia participou de uma reunião com o vice-governador de Sergipe, José Carlos Teixeira, e 200 prefeitos, deputados estaduais, vereadores e lideranças do PMDB do interior sergipano.
Ele classificou o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, de "político ultrapassado" por defender a estatização.
Também criticou Fernando Henrique Cardoso, pré-candidato do PSDB, chamando-o de "o candidato dos banqueiros e grandes empresários do país".
Quércia disse sofrer discriminação por parte da "elite" porque é um político do interior. "Essa elite diz que sou interiorano, sou italiano, mas sei que não gosta de mim porque nunca me submeti às suas vontades", afirmou.
O ex-governador disse que sofre discriminação por parte da cúpula dirigente do PMDB gaúcho, mas afirmou que sente que as bases do partido no Rio Grande do Sul querem vê-lo candidato à Presidência.
"Vou superar todos esses problemas que vêm surgindo e com certeza o PMDB terá um candidato forte, de pulso e que vai ganhar o governo do país", disse.

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