São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Após 18 dias, caso de abuso não tem solução

DA REPORTAGEM LOCAL

Dezoito dias após a denúncia de abuso sexual contra os alunos da Escola de Educação Infantil Base, em São Paulo, a polícia afirma não ter ainda indícios que comprometam diretamente os seis suspeitos.
Paula Milhim Alvarenga, 27 (uma das sócias da escola), e Icushiro Shimada, 48 (comerciante e marido de Aparecida Shimada, a outra sócia da Base) estiveram ontem na 1ª Delegacia Seccional para prestar depoimento.
O perueiro Maurício Alvarenga, 31, e Maria Aparecida Shimada, 45, foram à delegacia anteontem.
O delegado Gerson Carvalho, responsável pelas investigações, disse que os depoimentos dos suspeitos não apresentaram contradições significativas.
Carvalho pretende ler o inquérito de mais de 200 páginas hoje para determinar que rumo tomarão as investigações.
A partir da próxima semana, os 74 pais de alunos da escola Base deverão ser chamados à delegacia para depor.
A hipótese de que a suposta violência sexual tenha ocorrido fora da escola, em circunstâncias que não envolvam os seis suspeitos, também será investigada.
Ele admite pedir exames complementares ao feito pelo IML (Instituto Médico Legal) no menino F.J.T.C., 4.
Mesmo sem ser conclusivo, o exame do IML abria a possibilidade de o garoto ter sido vítima de coito anal.
Com base no laudo e em depoimentos de crianças e mães de alunos, o delegado Edélcio Lemos, do 6º DP (Aclimação), responsável pelas investigações à época, pediu a prisão preventiva de seis suspeitos (veja quadro ao lado).
Saulo da Costa Nunes, 32, e Mara Cristina França Nunes, 25, chegaram a ficar presos quatro dias.
Na sexta-feira passada, foram libertados por determinação da Justiça, mesmo dia em que foram negados os outros quatro pedidos de prisão temporária.
Também na sexta, o delegado Edélcio Lemos foi afastado do caso. O secretário da Segurança Pública, Odyr Porto, disse então que não havia indícios que justificassem a prisão de suspeitos.
A Escola Base foi depredada e saqueada por pais de alunos e moradores da Aclimação cinco dias após as denúncias de que crianças seriam retiradas de lá e removidas para um local em que ocorreriam abusos sexuais.

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