São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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FMI quer que EUA eleve taxas de juros

Camdessus diz que déficit dos EUA preocupa mercado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus, disse ontem que o Tesouro dos EUA deve estar preparado para elevar as taxas de juros de curto prazo para conter ameaças inflacionárias e tomar iniciativas de longo prazo para diminuir o déficit público.
Para Camdessus, o recente colapso do mercado de títulos, que afetou as Bolsas de todo o mundo, se deve às preocupações do mercado financeiro quanto à saúde fiscal dos EUA a longo prazo.
"Os mercados estão apenas nos lembrando que ainda falta um esforço adicional no combate ao déficit, o que é correto", disse Camdessus. No início do mês, as taxas de juros de longo prazo subiram a seu mais alto nível desde que Bill Clinton tomou posse, há um ano atrás, desencadeando uma baixa das ações. Elas caíram um pouco recentemente, mas não muito.
A abrupta elevação dos juros sucedeu à decisão do Banco Central americano (Federal Reserve Bank, o Fed), em fevereiro, de aumentar as taxas de curto prazo pela primeira vez em cinco anos. Em março, o Fed voltou a puxá-las para cima.
O diretor-gerente do FMI rejeitou a interpretação de que foi a atitude do Fed a causa das violentas quedas no mercado de títulos. Sua interpretação é exatamente oposta: os movimentos desencadeados pelas autoridades monetárias ajudaram o mercado, ao enfatizar a determinação do Fed de manter baixa a inflação.
Camdessus afirmou que o Fed deve se preparar para apertar ainda mais sua política monetária à medida que a economia americana se aproxime de sua plena capacidade de produção, ampliando o risco de alta da inflação. Para ele, os bruscos movimentos do mercado financeiro não são motivo para "pânico".

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