São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Justiça pode impedir reeleição de suspeitos

DA SUCURSAL DO RIO

O procurador-regional eleitoral do Rio, Alcir Molina, entra na próxima terça-feira na Justiça Eleitoral e no Tribunal de Justiça com representação pedindo a inelegibilidade de 57 políticos cujos nomes aparecem na lista de propinas do bicho.
A inelegibilidade significa o impedimento, por três anos, de registro de eventuais candidatos às eleições que façam parte da lista. O prefeito César Maia e o governador Nilo Batista estão incluídos na representação.
Mas o ex-prefeito Marcello Alencar, candidato a governador pelo PSDB e com o nome na lista, não será incluído. O procurador disse "não poder processá-lo porque seu mandato já terminou".
Como o prefeito paulistano Paulo Maluf e o deputado Cleto são de outros Estados, o procurador vai encaminhar a documentação aos responsáveis em São Paulo e Alagoas.
Molina previu uma batalha judiciária entre o Ministério Público e os políticos e reconheceu que somente o prefeito César Maia possa perder o cargo, porque ainda tem mais três anos de gestão.
O procurador considerou autênticos os livros-caixa apreendidos pelo Ministério Público, que, segundo ele, "tornam evidente o envolvimento de políticos com o bicho".
Molina disse que o deputado José Guilherme Godinho, o Sivuca, é o principal mensalista da lista de propinas, com 24 citações de janeiro de l990 a fevereiro de l994.
Segundo Molina, o nome do governador Batista aparece cinco vezes: duas com suas iniciais, uma escrita a caneta e duas a máquina com a rubrica de pagamentos a políticos e policiais. Somente três pagamentos a Batista totalizariam US$ ll2 mil dólares.
A deputada federal Cidinha Campos (PDT-RJ) aparece na lista dez vezes.
O prefeito César Maia é citado quatro vezes (três com valores em US$ de 15 mil, 106 mil e 10 mil), Alberto Brizola, sete vezes e Márcio Braga, quatro vezes.
Alguns políticos que só têm o prenome serão identificados no final de semana pelo procurador.

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