São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Leia a íntegrado comunicado
O governo do Brasil completou hoje seu pacote de financiamento da dívida externa cobrindo aproximadamente US$ 49 bilhões da dívida com os bancos comerciais, anunciaram o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, e o vice-presidente do Citibank, William R. Rhodes. "O Brasil atingiu hoje um importante marco em seu programa de reforma econômica", disse Ricupero.
Segundo Rhodes, "a conclusão de hoje marca um dia histórico para o Brasil ao permitir que o país normalize suas relações com os credores externos e fortaleça seu programa de reformas e abertura econômica. O Brasil deve agora ter acesso mais fácil e menos dispendioso aos mercados internacionais de capital."
Rhodes afirmou que o acordo também marca o final da crise da dívida internacional entre as grandes economias da América Latina. A crise começou em agosto de 1982, quando o governo do México anunciou que não podia mais cumprir com o pagamento de sua dívida externa.
Os instrumentos financeiros trocados hoje envolvem aproximadamente US$ 31 bilhões de principal previamente reestruturado, US$ 5,4 bilhões devidos a agências de bancos brasileiros fora do Brasil, US$ 3,8 bilhões em dinheiro novo do pacote de financi
amento da dívida brasileira de 1988 e US$ 5,6 bilhões de juros atrasados. Cerca de 750 credores participaram da troca.
O governo emitiu hoje US$ 7,3 bilhões em bônus com desconto colateralizados (com garantias), US$ 8,4 bilhões em bônus ao par com garantias, US$ 1,7 bilhão em Flirbs (Front-loaded interes-reduction bonds –bônus de redução temporária de juros), US$ 8,5 bilhões em bônus de conversão, US$ 2,1 bilhões em bônus de dinheiro novo, US$ 7,3 bilhões em Flirbs com capitalização e US$ 5,6 bilhões em bônus de juros atrasados. Um montante adicional de US$ 2,1 bilhões foi emitido em bônus "phase-in", que serão transformados em bônus de desconto e ao par à medida que as garantias sejam entregues nos próximos dois anos. Ao final deste período, o Brasil terá emitido US$ 10,5 bilhões em bônus ao par e US$ 7,3 bilhões em bônus com desconto.
O Brasil também entregou US$ 2,8 bilhões como garantias iniciais ao agente colateral e retirou US$ 353 milhões sob a opção de dinheiro novo.
Pedro Malan, presidente do Banco Central e negociador da dívida do Brasil, disse que o acordo resultará numa redução imediata de US$ 4 bilhões no estoque da dívida externa do Brasil. Além disso, vai reduzir outros US$ 4 bilhões no serviço da dívida em valores líquidos atuais.
As negociações que levaram à conclusão de hoje foram chefiadas por Pedro Malan e Mike de Graffenried, presidente do Comitê de Reestruturação do Citibank.
Além do Citibank, que presidiu o Comitê Assessor dos Bancos para o Brasil, atuaram como vice-presidentes o Morgan Guaranty Trust Company de Nova York e o Lloyds Bank Plc. Os outros membros foram o Arab Banking Corporation, Banco Português do Atlântico, Bank of America N.T. & S.A., Bank of Montreal, Bank of Tokyo, Ltd., Bankers Trust Company, Chase Manhattan Bank, N.A, Chemical Bank, Commerzbank Aktiengesellschaft, Crédit Lyonnais, Deutsche Bank AG, Midland Bank Plc, Mitsubishi Bank, Limited, Societé Générale, Swiss Bank Corporation e Union Bank of Switzerland.

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