São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Ministro diz que boicote de hospitais 'não preocupa'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA

Reportagem Local
O ministro da Saúde, Henrique Santillo, disse ontem que o boicote prometido pelos hospitais particulares a partir de segunda-feira não deverá causar prejuízos graves aos segurados do SUS (Sistema Único de Saúde).
"Não me preocupo muito com isso", disse o ministro.
Segundo a FBH (Federação Brasileira dos Hospitais) e a Fenaess –entidade que representa os estabelecimentos e serviços de saúde no país–, cerca de 6.000 hospitais conveniados ao SUS devem parar.
Eles protestam contra o atraso nos pagamentos do governo. Segundo as entidades, apenas os casos de emergência serão atendidos.
Para a Fenaess, o total de hospitais particulares conveniados representa75% dos atendimentos. No entanto, a Confederação das Misecórdias do Brasil, que representa 2.500 Santas Casas e hospitais filantrópicos, informou que não vai aderir ao boicote.
"Não queremos prejudicar quem menos tem culpa", disse Cândido Galvão, da Federação das Santas Casas de São Paulo.
Os segurados continuarão sendo atendidos também pelos hospitais públicos, que representariam 20% do atendimento.
Ainda assim, entre 40% e 50% dos segurados podem ficar sem atendimento.
O ministro Santillo –também dono de hospital– disse que reconhece as razões do boicote, mas acrescentou que o pagamento não cabe a seu ministério "que não tem receita própria".
"Depende do Ministério da Fazenda. Espero que haja sensibilidade do ministro Ricupero e do presidente Itamar", afirmou.
Na quinta-feira, a FBH e a Fenaess entraram na Justiça responsabilizando o governo federal por possíveis danos causados pela paralisação.

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