São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Preços desaceleram nos supermercados

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O ritmo dos reajustes de preços diminuiu nesta semana nos supermercados de São Paulo. Os consumidores que foram às compras encontraram os produtos 10,34% mais caros, em média.
Esta taxa mostra desaceleração em relação aos 12% da primeira semana do mês. Nos últimos 30 dias, os reajustes acumulados atingem 52%.
Nos hipermercados, os reajustes da segunda semana do mês ficaram em 12,11%, taxa próxima dos 12,44% do período anterior. Em 30 dias, acumulam 53%.
Os dados são do Datafolha, que pesquisa preços em 12 supermercados e 12 hipermercados de São Paulo. A pesquisa abrange 96 itens nos setores de alimentos, produtos de limpeza, higiene e beleza.
Outra pesquisa, que engloba apenas alimentos básicos, mostrou pressão menor dos preços nesta semana: a evolução foi de 8,62%, contra 10,7% na semana anterior.
A alta acentuada dos preços nas últimas semanas provém de negociações em URV entre supermercados e indústrias. Algumas das grandes redes já estão com 60% de suas compras no novo indexador.
Os efeitos maiores destes acertos devem aparecer na última semana do mês, prevê Firmino Rodrigues Alves, da Associação Paulista de Supermercados.
Estudo da Abras (associação nacional dos supermercados) espera impacto maior no início de maio, diz Rodrigues.
Com o aumento das negociações em URV, a remarcação nos supermercados tende a se acelerar. A partir de agora, os produtos com oscilações mais constantes no atacado terão reajustes mais rápidos, em cruzeiros reais.
O preço do feijão, por exemplo, deve sofrer variações diárias e do arroz, a cada três dias. Produtos industrializados devem seguir intervalos maiores, de até 21 dias.
O período de reajuste tende a aumentar a competição entre os supermercados. Se um deles remarcar em cruzeiros semanalmente, tende a embutir a variação futura da URV. Já o concorrente que decide remarcar diariamente, colado na URV, terá durante uma semana preços menores. Os supermercados estão esperando resposta do governo para usarem os preços apenas em URV nas prateleiras. A conversão para cruzeiros reais seria feita na passagem pela caixa registradora.
Pela medida provisória, preços em URV devem vir acompanhadas, na etiqueta, pelo equivalente em cruzeiros reais. A remarcação diária em cruzeiros reais tem um custo operacional muito alto. A utilização dos preços apenas em URV agrada ao governo, porque daria a idéia de estabilidade.

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