São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994 |
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Globo deve levar programas a Frankfurt
ARMANDO ANTENORE
A Feira de Frankfurt é a mais importante do mercado livreiro internacional. Todos os anos, editores do mundo inteiro se reúnem na cidade alemã para negociar direitos de romances, contos, poemas, peças teatrais, biografias e ensaios. Em 94, a feira terá o Brasil como tema. O país ocupará o espaço mais nobre do encontro: o pavilhão central (ou Messegelaend), um prédio de aproximadamente 3.000 m2. Há dois meses, a Fundação Biblioteca Nacional –uma das instituições que organizam a mostra brasileira em Frankfurt– ofereceu espaço na feira à Globo. A emissora poderá usar seis monitores de vídeo dentro do Messegelaend –com a condição de exibir somente compactos de programas baseados em obras da literatura brasileira. Pela proposta, a Globo assumiria o compromisso de acrescentar legendas em inglês às imagens. Depois da feira, teria que ceder gratuitamente cópias dos compactos para centros de estudos brasileiros. A emissora gostou da oferta, mas ainda não a aceitou formalmente. Já selecionou, porém, as produções que gostaria de mostrar em Frankfurt. São 40 títulos. Há minisséries, como "O Tempo e o Vento" (adaptação da obra homônima de Érico Veríssimo), "Agosto" (Rubem Fonseca), "O Sorriso do Lagarto" (João Ubaldo Ribeiro), "O Pagador de Promessas" (Dias Gomes), "Teresa Batista" (Jorge Amado) e "Grande Sertão: Veredas" (João Guimarães Rosa). Há novelas, como "Senhora" (José de Alencar) e "Ciranda de Pedra" (Lygia Fagundes Telles). Há, finalmente, casos especiais, como "Morte e Vida Severina" (João Cabral de Melo Neto), "O Besouro e a Rosa" (Mário de Andrade) e "Menino de Engenho" (José Lins do Rego). "Fizemos a proposta à Globo porque achamos que as produções da emissora são de excelente qualidade e podem servir de chamariz para os livros que estaremos expondo na feira. Imagens de televisão têm grande poder publicitário, atraem mais rapidamente que cartazes ou fotos", explica o poeta Affonso Romano de Sant'Anna, presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Sant'Anna defende a presença de novelas, minisséries e casos especiais em Frankfurt também por considerá-los "relevantes manifestações da cultura brasileira". Texto Anterior: Inimigo dos poetas e músicos volta a atacar Próximo Texto: Feira abre com show de Chico Índice |
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