São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994 |
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PM vence os amotinados pelo cansaço
HELCIO ZOLLINI
Os policiais cortaram a água, a luz e a comida dos amotinados e reféns. Durante as negociações a PM se negou a entregar o carro-forte para os presos fugirem. Eles passaram a reclamar de sede e dor dos ferimentos. A partir daí a PM concordou em dar remédio ou água em troca de um refém. Assim foi libertada a contadora Marlene Fortes. "A situação está localizada e sob controle aqui. O inferno é aqui, não vamos criá-lo em outro local", repetia sempre o coronel Valter Lucas. O comandante da operação, coronel Edvaldo Piccinini, disse que a invasão poderia ocorrer a qualquer momento. "Hoje cedo (ontem), após conversarmos com a refém libertada no dia anterior (Marlene Fortes) e depois de uma avaliação médica e psicológica, percebemos que eles estavam no limite e por isso concordamos em dar medicamentos sem exigir nada em troca. A rendição foi uma questão de tempo", disse Piccinini. O detento Wellington Moreira da Silva, 39, o "Leitão", afirmou depois de se render que estava disposto a morrer caso a polícia invadisse o banheiro onde estava com outros dois presos -Ricardo Fróes, 29, e Valmir Lucas Gomes, 44 -e cinco reféns. Os três são condenados a quase 125 anos de cadeia e foram tratados como "psicopatas" pelos policiais. Eles eram os líderes do Pavilhão 3, onde estão 60 presos. Leitão e Fróes foram apontados pelos ex-reféns como sendo "os cabeças" do motim. Leitão, condenado a 48 anos e quatro meses de prisão, está em Contagem desde 88. Ele é condenado por homicídio e assalto. Fróes, chamado de "monstro" pela própria mulher, foi condenado a 45 anos e três meses de cadeia, também por homicídio e assalto. Gomes foi condenado a 31 anos por assalto. Texto Anterior: A utopia deverá virar realidade Próximo Texto: Comboio chega a Juiz de Fora Índice |
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