São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
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Fundos de commodities têm mais vantagens

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado financeiro revê para baixo as previsões para a inflação de abril. Isso deve acarretar ganho real (descontada a inflação) adicional para os fundos de investimento que adquiriram papéis prefixados no início do mês.
Juscelino Florido, administrador de carteiras do Banco Real, diz que as instituições financeiras aplicaram em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados para seus fundos de commodities no início do mês e garantiram juros nominais elevados.
Os juros dos CDBs no último dia 6 eram de 52,18% em aplicações por 30 dias e o mercado futuro de IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) estimava inflação de 43,5%.
Na sexta-feira, a estimativa de inflação foi revista para 42,12%, o que deve gerar juro real elevado para as instituições que adquiriram CDBs no início do mês.
Segundo dados do Banco Real, as aplicações nos fundos de commodities hoje devem ter um rendimento líquido em 18 de maio de 47,87% e com a vantagem de retiradas diárias com rentabilidade, a partir de um período inicial de 30 dias.
Os fundos de renda fixa DI (Depósito Interfinanceiro) devem ter uma rentabilidade líquida de 47,89%, mas têm a desvantagem de crédito de rendimento somente a cada 28 dias.
A projeção de rendimento para o próximo dia 18 de maio para as cadernetas é de 47,60%. A desvantagem da caderneta é a de realizar créditos de rendimento somente a cada 30 dias.
Para quem não pode deixar o dinheiro aplicado por 30 dias, a alternativa é o fundo de carteira livre renda fixa. É para o dinheiro do dia-a-dia, como o pagamento do supermercado. Esse fundo realiza operações que rendem juros em operações no mercado acionário.
O Banco Real projeta um rendimento líquido médio de mercado para as aplicações hoje no fundo carteira livre de 47,55%, contra 40,72% dos fundos de aplicação financeira (fundões).
Os juros reais (acima da inflação) estimados para este mês estão bastante elevados. A comparação entre a estimativa de custo do dinheiro (mercado de Depósito Interfinanceiro) e da inflação (IGP-M) indicava na última sexta-feira um juro real para abril de 3,50%.
Caso a previsão do mercado futuro se confirme ao final do mês, os juros reais no over (negócios por um dia entre instituições financeiras) em abril serão os maiores desde julho de 92 (quando chegaram a 3,59%).
Os dirigentes financeiros acreditam que o governo está praticando juros reais elevados para atrair o dinheiro para as aplicações, de forma a segurar a inflação através da redução no consumo.
O juros real positivo é um dos poucos instrumentos que o governo dispõe para controlar a aceleração de preços no curto prazo, afirma Luis Eduardo Assis, diretor de investimentos do Citibank.
Geliniberti Fernandes Aguiar, diretor do Banco Nacional, acredita que durante a mudança para a nova moeda (o real) os juros reais deverão se situar entre 3,5% e 4,5% ao mês, como forma de segurar a explosão no consumo e suas consequências inflacionárias.

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