São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994 |
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Auxílio luxuoso
CIDA SANTOS A onda agora é a Liga Mundial. Os jogadores da seleção fizeram careta, mas na última sexta tomaram a vacina contra a febre amarela, exigência para poderem desembarcar na Bulgária, primeira parada do Brasil na Liga. A estréia contra os búlgaros vai ser dia 6.A seleção se prepara com o auxílio luxuoso da informática e do vídeo para enfrentar a Liga e depois o Mundial em setembro. Nas duas últimas semanas, os jogadores tiveram todos os seus movimentos, com bola e sem bola, filmados pela câmera de Sandra Caldeira e Gilda Teixeira. O técnico Zé Roberto está assistindo essas fitas. A idéia é observar e corrigir os movimentos dos atletas, detalhes como um ataque com o braço um pouco encolhido, uma passada mais longa, que podem custar erros ou jogadas menos velozes e eficientes. O objetivo é chegar a um conhecimento cada vez mais detalhado dos jogadores. Sandra e Gilda têm dedicado treinos inteiros para observar apenas um atleta. Quer um exemplo das anotações feitas? Vamos lá: o levantador Talmo em um dos treinos encostou na bola 930 vezes. Foram 305 toques, 323 defesas, 222 ataques, 46 manchetes e 34 saques. Para fazer essas 323 defesas, ele levou 24m30. Ou seja, praticou uma defesa a cada 4,5 segundos. Outra novidade é um programa mais sofisticado de computador. Pela primeira vez, Zé Roberto poderá receber durante os jogos informações sobre o rendimento de cada rede do Brasil e do adversário em todos os fundamentos: ou seja, saque, passe, bloqueio, ataque e defesa. O técnico também poderá ter informações sobre o aproveitamento de cada jogador por posição. Mas a grande novidade é a velocidade de como essa informação passou a ser processada. Até a temporada passada, o trabalho era feito de forma manual ou tinha-se que sair de uma tela do computador para entrar em outra. E esses segundos durante um jogo são uma eternidade. Agora o processo é imediato. O problema a ser resolvido é como passar as informações para Zé Roberto nos jogos. Já se tentou rádios e fones de ouvidos, processos usados pelos norte-americanos, mas não deram certo. O barulho dos ginásios e as interferências prejudicaram a comunicação. A comissão técnica está em busca de fones de ouvidos mais potentes. Outra possibilidade a ser testada são os telefones celulares. Quem sabe a seleção entre na era do "alô, alô". Texto Anterior: Lakers ficam fora da 2ª fase da NBA Próximo Texto: Seleção bate China e é campeã da BCV Cup Índice |
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