São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Schumacher vence e abre vinte pontos sobre Senna

FLAVIO GOMES
ENVIADO ESPECIAL A AIDA (JAPÃO)

O placar do Mundial de Fórmula 1 aponta: Michael Schumacher 20 x 0 Ayrton Senna. O alemão da Benetton venceu sua segunda prova consecutiva na temporada.
O brasileiro da Williams, em duas corridas, não marcou pontos e já tem seu favoritismo ao título colocado em dúvida. A "corrida maluca" de Aida, no Japão, garantiu o fôlego do campeonato pelo menos até a metade do ano.
A primeira chance de Senna se recuperar será em duas semanas em Imola, Itália, uma pista de alta velocidade onde os Williams, empurrados pelos motores Renault, levam vantagem sobre os melhores chassis da Benetton.
Logo depois, porém, vem Mônaco com seu circuito lento e ondulado, o pavor da Williams.
No fim de maio, Barcelona –mais um traçado pró-Williams. Pelos planos da equipe, na Espanha as coisas voltarão ao normal –ou ao que se considerava normal antes do início do campeonato.
Schumacher venceu com um pé nas costas o GP do Pacífico, prova estreante no calendário e, por isso, cheia de novidades. A primeira aconteceu na madrugada de sábado, no treino para a pole-position.
O alemão era o maior candidato ao primeiro lugar no grid, porque seu carro foi o que mais se adaptou à pistinha lenta e travada de Aida, 800 km ao sul de Tóquio. Mas Senna, um especialista em poles, se superou e conseguiu a posição.
Só que o brasileiro largou mal. Schumacher, ao contrário, muito bem. Saltou à frente e deixou para trás as chances de confusão na primeira curva. Senna não escapou.
O finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, escorregou na freada e bateu na traseira do Williams de Ayrton, que rodou e abandonou.
Aí ficou fácil para Schumacher, que ainda contou com a rodada do companheiro de Senna, Damon Hill, na quarta volta. O inglês tentava ultrapassar Mika e assumir a segunda posição, para partir ao ataque. Caiu para nono.
Sem Senna e Hill, Michael passeou. Atrás dele, a corrida pegava fogo. A pista curta e pouco veloz proporcionou vários duelos que empolgaram as 80 mil pessoas nas arquibancadas do autódromo.
Os "sobreviventes" –apenas 11 dos 26 que largaram chegaram ao fim– foram premiados. No pódio, ao lado de Schumacher, estava Gerhard Berger, da Ferrari, e Rubens Barrichello, da Jordan.
Rubinho, em seu 18º GP, subiu o primeiro dos degraus mais ambicionados por pilotos do mundo.
Por pouco outro brasileiro, Christian Fittipaldi, não esteve ao seu lado. Sem erros, ele levou seu Arrows ao quarto lugar.
A festa dos meninos do Brasil amenizou a frustração de Senna, mas não ocultou sua preocupação.
Ele agora tem mais do que um alemão para derrotar. A Williams ficou sob pressão, algo que há dois anos não acontecia. Ninguém sabe como o time vai lidar com isso.

Texto Anterior: Tudo sobre o GP do Pacífico
Próximo Texto: Equipe evita euforia e afirma que teve sorte
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.