São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
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Não faça nada que você não queira

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Tenho 17 anos e estou com um problema com meu namorado: ele vem insistindo para fazermos sexo anal, mas tenho relutado porque acho que pode ser muito dolorido para mim e não me dar nenhum prazer. Ele diz que um casal moderno deve experimentar de tudo. Na verdade tenho muita curiosidade em saber como é, pois acredito que muitos casais praticam esse ato, mas estou insegura e tenho medo de ele fazer com outra pessoa e pegar Aids. Além disso, o pênis dele é bem grande, o que me dá medo de eu ter ruptura do ânus. Concordo ou não?"

Não vá você cair nesse conto de casal moderno, por favor! É impressionante como as garotas ainda dão crédito a esse tipo de conversa dos rapazes, que inventam essas histórias apenas para conseguirem o que querem. "Qualquer maneira de amor vale a pena", querida leitora, desde que os dois queiram. Para você poder decidir, por você mesma, se você quer ou não experimentar esse ato, vamos para as informações.
Em primeiro lugar, é bom mesmo você se preocupar com a possibilidade de transmissão da Aids. O sexo anal é uma prática muito, mas muito arriscada mesmo, se um dos parceiros é portador do vírus. Por isso, nada de fazer a coisa sem o necessário uso da camisinha. E lembre-se de preferir as lubrificadas, ok?
Segundo ponto importante: algumas mulheres que praticam esse ato curtem e sentem prazer, mas outras sentem mais é dor e não gostam nem um pouco de praticar o sexo anal. Mas fazem por pressão do parceiro. Não seja uma dessas. Saiba que o número de homens que gosta desse tipo de prática sexual é muito maior que o de mulheres. O fato de o ânus ser apertadinho parece ser uma coisa muito excitante para eles. Mas não é qualquer mulher que consegue relaxar o suficiente para sentir prazer e não dor.
Por último, nada de praticar o sexo vaginal depois do anal. Isso pode dar a maior sujeira: no reto e no ânus vivem microorganismos que, sendo levados para a vagina pelo pênis, podem provocar infecções vaginais desagradáveis. Depois da transa anal, a regra é trocar de camisinha. E para os que não usam essa proteção, esses que curtem uma de brincar de roleta russa, é preciso uma boa higiene do pênis, com água e sabonete, antes da penetração vaginal.
Se você decidir por experimentar, oriente seu namorado quanto à profundidade da penetração e aos movimentos do pênis, pois a pele da região anal é muito sensível, podendo ser machucada com facilidade. Mas não se esqueça, nunca, de fazer só aquilo que você é capaz de arcar

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