São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
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Movimento de 64; Alianças partidárias; Vida de empresário; Flexibilização

Movimento de 64
"Parabéns a Luiz Caversan pelo seu artigo 'Lembrar para não esquecer' (29/03). Estranhamente, a maioria dos textos sobre o movimento de 64 publicados até agora na imprensa ou tem adotado uma linha de análise 'objetiva' -dados estatísticos, macroeconômicos, frios-, ou tem apresentado a tortura quase como um mero detalhe deste período sombrio e inesquecível."
Christian Escot Morais (Rio de Janeiro, RJ)

"Quero parabenizar Luiz Caversan pelo artigo do dia 29/03 ('Lembrar para não esquecer'). Solidarizo-me com seu veredicto: culpados."
Maria Isabel Serra (Mogi das Cruzes, SP)

"Ao ler 'Lembrar para não esquecer', foi impossível não escrever. Eu também pertenço à geração de 55 e sei muito bem o que é medo, medo, medo e atraso..."
Manoel Alves Calixto (São Paulo, SP)

Alianças partidárias
"Fiquei surpreendido com a opinião do professor Leôncio Martins Rodrigues (Tendências/Debates, de 19/03/94). Se, de fato, esse final de século diminui o leque ideológico que se estruturava nos partidos, não significa que uma inteligência tão clara e poderosa como a do professor tenha que se submeter a uma simples constatação disso. E, ao invés de combatê-la, declina, quando opina favoravelmente à aliança PSDB/PFL."
Badger Vicari (Dois Vizinhos, PR)

"Tudo leva a crer que no segundo turno, a disputa pela Presidência se dará entre os candidatos Lula e Fernando Henrique. Isto representa um avanço na política brasileira. Esta mudança, porém, poderá realizar-se, ou através de uma ruptura, com a vitória do Lula, ou por um progresso no sentido da modernidade, justiça social e democracia, com a vitória de FHC. Ante a alternativa de ruptura ou progresso, a questão das alianças eleitorais do PSDB é de importância secundária."
Fiszel Czeresnia (São Paulo, SP)

Vida de empresário
"Maravilha de artigo de Luís Nassif sobre o Jacob do Bandolin (5/04). Ser músico (empresário) neste país não é nada fácil, mas o exemplo dele com relação às músicas é muito bom para o dia-a-dia de um empresário publicitário. Ou seja, tem que se dançar de acordo com a música. O bom é se a música for de autoria da gente."
Oscar Colucci (São Paulo, SP)

Flexibilização
"É com satisfação que vejo que dr. José Pastore reconhecer no artigo, de 12/04, na 'Opinião Econômica' que a flexibilização é 'desgastante'. O problema é que, mesmo assim, segue defendendo sua aplicação sem limites como também a necessidade de criar emprego a qualquer custo. Menos mal que os jovens franceses podem se dar ao 'luxo' de sair para as ruas e defender trabalhos com salários dignos. Na Índia a Coligação do Sudeste Asiático Contra a Escravidão invadiu uma fábrica de tapetes em 93 para libertar 128 crianças menores de 13 anos trabalhando 12 a 16 horas, sete dias por semana, 52 semanas por ano. A Índia é um país democrático com 55 milhões de crianças e adolescentes trabalhando assim, com a maior flexibilidade. E os países onde regimes autoritários fomentam o trabalho de menores e maiores em condições iguais ou piores?"
Bruce A. Jay, diretor do Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre (São Paulo, SP)

Bombardeio
"Na seção Tendências/Debates, de 9/04, Celso Bastos escreveu: 'Não passa pela cabeça de ninguém determinar um bombardeio aéreo de uma favela infiltrada de bandidos'. Infelizmente, já passou pela cabeça de alguém no Brasil bombardear população civil, e mais infelizmente ainda esse alguém era o ministro da Guerra. Foi em maio de 1937. O general Eurico Gaspar Dutra autorizou a polícia do Ceará a destruir um acampamento de seguidores do beato José Lourenço remanescentes do sítio do Caldeirão (Juazeiro do Norte). A repressão à comunidade messiânica de Caldeirão fez mais de 500 mortos."
Mauro Malin (São Paulo, SP)

Lista do bicho
"Depois da lista do Castor, ficou mais fácil compreender por que os 'graúdos' envolvidos em corrupção no Brasil, inclusive com provas documentais, jamais são punidos exemplarmente. Infelizmente, nossa Justiça, com raríssimas exceções, continua sendo uma festa de arromba para os poderosos."
Hélio Souza Oliveira (Osasco, SP)

"Agora que começa a desmoronar a farsa da lista do bicho, compreende-se que foi uma grande cartada -mais uma- jogada contra Brizola e o PDT."
Luís Augusto Gomes (Salvador, BA)

O PMDB de Quércia
"A permanência do ex-governador Quércia e de deputados corruptos no seio do PMDB é a triste prova de que esse partido perdeu a dignidade para se tornar grande responsável pela degradação política por que passa o Brasil nos últimos anos."
Norberto de Vivo (São Paulo, SP)

Revisão constitucional
"No momento em que se aproxima a discussão dos monopólios na revisão da Constituição (e não constitucional), assunto esse que se encontra com opiniões bem divididas, vemos a Folha abrir espaço desproporcional a essa divisão, beneficiando aqueles que são contra a presença do Estado nos segmentos considerados estragégicos."
Jayme de Seta Filho (São Bernardo do Campo, SP)

Reforma previdenciária
"A reforma previdenciária vai abrir espaço total para a maracutaia do século, a Previdência Privada. Os fundos privados de pensão proliferarão sem controle algum e o trabalhador, após contribuir décadas, no dia em que for buscar seus benefícios encontrará uma placa na porta: 'Fechado'."
Luiz Rubem Clauzet (São Paulo, SP)

Rádio pirata
"Parabéns a Luís Antônio Giron pela reportagem 'Rádio Pirata volta sem ameaça da polícia' (Ilustrada, 9/04). Gostaria de retificar algumas informações. O movimento de rádios livres não surgiu em 1975, na Itália, e sim em 1968, nas manifestações estudantis, na França. A Rádio Xilik, da PUC-SP, nunca foi desligada pela Polícia Federal. Ela parou de transmitir por um acordo comum entre seus participantes. Por fim, não dá para classificar a Reversão como rádio clandestina e fornecer endereço e telefone."
Marisa Meliani (São Paulo, SP)

Doutrina espírita
"Gostaria de esclarecer a Luís Antônio Giron, repórter desta Folha, que a doutrina espírita não faz parte das crendices populares como foi dito por ele no artigo 'Nem tema espírita ressuscita La Torloni', de 13/04, e que as comparações feitas do espiritismo com as crenças e seitas de origem africana denotam falta de conhecimento e um 'universo' intelectual muito limitado."
Glaydson José da Silva (Franca, SP)

Ilustrada
"Por favor, aumentem o espaço dos jornalistas José Simão e Celso Fioravante (Mondo 94). É o que há de melhor na Ilustrada, caderno que já foi a 'bíblia' cultural de São Paulo."
Wilson Roberto Vicente (Santo André, SP)

O número do gato
"No jogo do bicho, gato é 14. No jogo da verdade, este número será multiplicado algumas vezes. Haja jaula."
Curt Nees (Joinville, SC)

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