São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Dias suspeita de 'grampo' na Telepar

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ex-governador do Paraná, Álvaro Dias (PP-PR), disse ontem que a escuta clandestina em seu telefone ("grampos") pode ter sido feita na central da Telecomunicações do Paraná (Telepar).
A escuta teria sido feita entre entre março e dezembro do ano passado. Dias suspeita da Telepar porque, segundo ele, a qualidade da gravação é muito boa.
A revista "Veja" desta semana traz reportagem sobre o "grampo" no telefone de Dias. Segundo a revista, Roriz teria contratado um coronel da reserva para investigar o ex-governador paranaense, com quem disputa espaço dentro do PP.
Teriam sido gravadas 22 fitas cassete no telefone residencial de Dias, na tentativa de comprometê-lo. Anteontem, Roriz divulgou nota negando ter mandado fazer escuta no telefone de Dias.
Suspeita
Dias afirmou que fez três buscas eletrônicas em seus telefones desde o ano passado, para tentar identificar possíveis "grampos".
Ele desconfiava disso porque teria sido alertado por amigos. Como nada foi achado em sua casa e escritório, a hipótese de que a escuta tenha sido feita na Telepar é reforçada, segundo Dias.
O presidente da Telepar na época das supostas escutas, Paulo Roberto Cordeiro, disse que seria "impossível instalar os 'grampos' nas linhas telefônicas de qualquer assinante".
Cordeiro disse que é amigo de Dias e não permitiria a escuta. Ele alega que em cada central telefônica trabalham até 60 pessoas com acesso às linhas.
"Seria impossível que uma escuta permanecesse tanto tempo sem que nenhum funcionário se apercebesse disso", disse.
Dias afirmou que não pode acusar Joaquim Roriz de ter mandado "grampear" os telefones de sua casa e seu escritório em Curitiba.
"O caso primeiro precisa ser investigado antes que os culpados sejam apontados", afirmou Dias.
Dias encaminha hoje ao chefe da Procuradoria Geral da República no Paraná, Alcides Munhoz, pedido de abertura de inquérito.

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