São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Romário revê Muller e repete críticas

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO ESPECIAL

Os atacantes Romário e Muller se encontraram ontem às 14h27 (horário de Brasília), quase quatro meses depois do primeiro ter dito que o segundo sempre fracassa na seleção brasileira.
Romário foi examinado pelo ortopedista Lídio Toledo, que descartou a presença do jogador amanhã contra o Paris Saint-Germanin devido a uma contusão nos ligamentos do tornozelo esquerdo.
Atrasado para o jantar, o primeiro atleta com quem Romário cruzou, ainda no corredor, foi Muller.
Apertaram as mãos, se abraçaram levemente e em menos de cinco segundos se separaram.
"E aí Muller?", disse Romário. "Tudo bem?", respondeu Muller. "Como é que está?", acrescentou Romário. No jantar, por coincidência, sentaram um ao lado do outro, mas não trocaram palavras.
Romário afirmou que a polêmica "faz parte do passado. Mas qual é o problema de eu falar o que penso? Pago impostos, luz, telefone, então tenho este direito".
No fim de dezembro, criticou o desempenho de Muller nas Copas de 86 e 90 e pediu a escalação de Edmundo como titular.
A declaração abriu uma crise na equipe, com jogadores defendendo Muller. "É o tipo de coisa que prejudica a união dos jogadores", disse o atacante Bebeto.
O coordenador-técnico Zagalo, mandou Romário "calar a boca".
O técnico Parreira pediu que o jogador "ficasse quieto e apenas jogasse seu maravilhoso futebol",.
Muller qualificou seu encontro de "natural. Somos amigos, nunca briguei com ele, nem sei se ele me criticou mesmo".
Ao ser informado de que Romário confirmara a opinião sobre a performance de Muller nos dois últimos Mundiais, o jogador sãopaulino disse que só se importava com o que pensa Parreira.
Romário volta hoje a Barcelona. Veio de Paris acompanhado o médico do clube, Fernando Baños, que acredita que o jogador possa enfrentar o Celta no sábado. Romário acha difícil.
Ele voltou a defender mais de dois atacantes na seleção. "Para quem joga na frente, quanto mais atacantes, melhor".

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