São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Intervenção é arriscada

DE WASHINGTON

O governo Clinton diz ter "opções muito limitadas" para agir na crise da ex-Iugoslávia e responsabiliza os aliados europeus por isso.
No entanto, o comando militar dos EUA desde a administração Bush vem recomendando a Casa Branca a não abrir muito o leque de alternativas.
Uma intervenção militar decidida dos EUA na ex-Iugoslávia é considerada um risco grande demais pelos comandantes.
Essa era a posição do ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Colin Powell. Seu sucessor, general John Shalikashvili, a manteve por pressão dos colegas, apesar de pessoalmente favorecer ações ousadas.
Powell achava que depois da Guerra do Vietnã, os EUA deveriam restringir suas investidas no exterior a situações de mínima poessibilidade de perdas humanas. Apesar da envergadura, assim foi a operação Tempestade no Deserto, no Golfo Pérsico, em 1991. Outro exemplo foi a ação na Somália em 1993.
Nenhum presidente quer assumir responsabilidade pela morte de talvez milhares de soldados norte-americanos. Algumas dezenas de baixas bastaram para fazer Clinton retirar depressa as tropas dos EUA da Somália.
A simples ameaça de ataque de um bando de civis o fez trazer de volta soldados que nem chegaram a desembarcar no Haiti.
Além disso, um envolvimento maior dos EUA na ex-Iugoslávia traria indesejáveis poblemas políticos com a Rússia. (CELS)

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